Venezuelanos vão às urnas neste domingo (03) em plebiscito convocado por Maduro
Vitória do ‘sim’ parece inevitável, pois o tema Essequibo une situação e oposição na Venezuela, mas ainda não sinais de que Maduro pretenda invadir a Guiana, que tem forças armadas muito inferior
Neste domingo (3), os venezuelanos vão às urnas para opinar no referendo convocado pelo regime de Nicolás Maduro, que busca legitimidade na reivindicação de Essequibo, região da Guiana cujo controle é alvo de disputa com Caracas desde o século 19.
Há alguns meses, Maduro vem intensificando o discurso sobre a reinserção de Esequibo ao território venezuelano, fazendo intensa campanha pelo país para movimentar a opinião popular. Este sempre foi um assunto que uniu venezuelanos, incluindo a oposição, que entendem que a região pertence, de fato, à Venezuela.
VEJA MAIS
Como será o referendo?
Ao chegar para votar, cada venezuelano encontrará cinco perguntas a serem respondidas, que basicamente pedem legitimação para que o governo incorpore o território de Essequibo e a se opor, por todos os meios, ao desenho atual da fronteira na Guiana.
A vitória do "SIM" é inevitável, e o governo venezuelano afirma que não tem intenções de entrar em conflito pela incorporação de 75% do território. A Guiana tem tentado buscar apoio internacional para impedir que o referendo aconteça, e conseguiu o aval do Tribunal de Haia, que decidiu que a Venezuela não deve agir para modificar a situação atual. Maduro, entretanto, não reconhece a decisão.
Uma disputa militar entre Venezuela e Guiana é o cenário mais improvável, já que o exército venezuelano é muito superior ao da Guiana, que sequer tem helicóptero disponível nas suas Forças Armadas.
O governo brasileiro vem reforçando a presença do Exército na fronteira enquanto busca uma solução diplomática para o conflito. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, o resultado deve sair entre 8 de dezembro e 6 de janeiro.