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Sindicatos e montadoras dos EUA pedem regras fortes

Trabalhadores estão preocupados com câmbio nas negociações comerciais com o Japão

Reuters

Montadoras de Detroit e representantes de trabalhadores insistiram nesta segunda-feira (10) que qualquer acordo dos EUA com o Japão deve conter regras fortes para combater manipulação do câmbio e abrir o fechado mercado japonês de automóveis, antes de os EUA reduzirem tarifas sobre carros.

Em audiência sobre os objetivos da negociação comercial, que deve começar no início do próximo ano, o sindicato United Auto Workers pediu que a administração Trump imponha cotas sobre veículos e autopeças japoneses, com base em maior acesso ao mercado automotivo do Japão.

Desiree Hoffman, representante internacional do UAW, disse que apesar de adotar tarifa zero nas importações de veículos, o mercado automotivo do Japão é muito fechado devido a barreiras não tarifárias, como padrões japoneses específicos, de segurança e de emissões, e a manipulação do câmbio para derrubar o valor do iene, pondo fabricantes dos EUA em desvantagem.

"Essas barreiras criaram tantas desigualdades nas regras do jogo que para cada carro que os EUA exportaram para o Japão em 2017, o Japão enviou outros 100 de volta", disse Hoffman. "Qualquer redução de 2,5 por cento para automóveis ou de 25 por cento em caminhões leves vai direcionar ainda mais o excesso de capacidade do Japão para nosso país, exacerbando o problema."

Regras sobre o câmbio que sejam mais fortes que as negociadas no acordo comercial EUA-Canadá-México são necessárias para um acordo comercial EUA-Japão, disse Matt Blunt, presidente do American Automotive Policy Council, que representa Ford, General Motors e Fiat Chrysler.

Diante do histórico japonês de intervenção nos mercados de câmbio, ele disse que mais fiscalização é necessária, com punições claras no caso de violação das regras de câmbio. Ele disse que a AAPC defendeu que parceiros comerciais com grandes superávits em conta corrente e altas reservas de moeda estrangeira sejam excluídos dos benefícios de acordos de livre comércio se forem flagrados intervindo no câmbio.

"Recomendamos evitar qualquer concessão para abrir mais o mercado dos EUA para importações japonesas, até que haja evidência de que o Japão está realmente compromissado em abrir seu mercado automotivo para veículos dos EUA", disse Blunt.

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