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Reportagem acusa o Papa João Paulo II de omissão em casos de pedofilia na Polônia

Padres denunciados teriam permanecido na atividade sacerdotal mesmo depois de prisão por crimes sexuais

O Liberal

O canal privado de televisão polonês TVN divulgou uma reportagem com evidências de que Karol Wojtyla teria sabido de casos de abuso contra crianças enquanto foi arcebispo da Cracóvia, mas não teria agido com determinação para punir os acusados.

Os jornalistas da emissora reportam três denúncias referentes ás décadas de 1960 e 1970. Na época, os padres acusados teriam sido autorizados a continuar trabalhando como capelães, mesmo depois de ter cumprido pena de prisão pelo crime de abuso sexual. A transmissão contou ainda com depoimentos anônimos das vítimas. Uma delas afirmou que relatou o caso a Wojtyla em 1973, mas o então arcebispo teria pedido que a criança não falasse mais sobre o assunto.

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Karol Wojtyla assumiu o papado em 1978 e é tido como um herói nacional, além de ter sido canonizado em 2014, quase dez anos após seu falecimento. Em razão disso, as denúncias causam grande incômodo na população polonesa e em autoridades locais. O primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, por exemplo, disse que acusações são uma "tentativa de desencadear uma guerra civil na Polônia". Da mesma forma, o ministro da Cultura, Piotr Glinski, declarou que: "Um ataque ao papa é um ataque à Polônia, à razão de Estado polonesa"

Já o atual arcebispo de Cracóvia, Marek Jedraszewski, fez um paralelo com a tentativa de assassinato que o papa sofreu em 1981. "Hoje, já que não se pode mais matar João Paulo 2º fisicamente, as pessoas estão tentando matar sua memória", afirmou o clérigo. Por sua vez, o papa Francisco contemporizou: "Naquela época, tudo era encoberto".

 

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