Nas eleições norte-americanas, candidatos a vice são importantes e votam no Senado

Na história do país, 15 vice-presidentes tornaram-se presidentes em seguida

Gustavo Freitas
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As candidaturas de Joe Biden e Donald Trump atingiram a quantidade de delegados necessários para se tornarem, oficialmente, os nomes do partido Democrata e Republicano nas eleições presidenciais de novembro. 

Desde o início das primárias, em janeiro, já era esperado que os dois candidatos sairiam vencedores, afinal, Biden não tinha opositores e Trump é extremamente popular dentro do seu partido. A homologação acontecerá nas convenções partidárias, agendadas para julho e agosto, e depois inicia-se a disputa entre os dois partidos.

No cenário eleitoral de 2024, tão importante quanto os candidatos principais, são os vices. Nos Estados Unidos, o vice-presidente ocupa, também, a presidência do Senado, com poder de voto apenas em caso de empate nas votações. O ocupante do cargo se torna um conselheiro e, a depender da crise, um enviado para representar o governo nas mediações. 

Na história do país, 15 vice-presidentes tornaram-se presidentes em seguida. Alguns tiveram que assumir o poder por morte ou renúncia do antecessor, e outros chegaram à Casa Branca através do voto.

Thomas Jefferson (1800) - foi vice de john Adams e o venceu em seguida

Harry Truman (1945) - assumiu após a morte de Franklin D. Roosevelt

Lyndon Johnson (1963) - assumiu após o assassinato de John F. Kennedy

Richard Nixon - serviu dois mandatos como vice-presidente e depois assumiu o país 

George H Bush - serviu como vice de Ronald Reagan e depois foi eleito presidente em 1989

Vice é "o cargo mais insignificante"?

O poder do vice-presidente varia de acordo com o presidente, que é quem determina se o companheiro de chapa terá mais funções além das determinações constitucionais. O primeiro vice-presidente dos Estados Unidos, John Adams, definiu a função como: “o cargo mais insignificante que a invenção do homem já criou ou que sua imaginação concebeu”. 

A fama de ser um cargo decorativo, protagonizou comentários que ficaram marcados na história, como foi o caso de Thomas Marshall, que serviu como vice de Woodrow Wilson e, ao se aposentar, disse: “eu não quero trabalhar…mas não me importaria de ser vice-presidente novamente”.

Ao longo da história, alguns vices exerceram a função com poder elevado, como foi o caso de Dick Cheney, vice-presidente de George W. Bush. Cheney ficou conhecido como o grande arquiteto da guerra no Iraque, tendo amplos poderes de decisão na invasão ao país e na criação da prisão na base de Guantánamo.

Kamala Harris, atual vice-presidente de Joe Biden, foi designada no início do governo para lidar com a crise de imigrantes ilegais adentrando o país pela fronteira com o México, problema que até hoje persiste e tem feito a popularidade do governo despencar nas pesquisas. 

Apesar da baixa popularidade, Kamala Harris é a primeira vice-presidente mulher da história dos Estados Unidos, e é vista como um nome a suceder Joe Biden no partido Democrata, caso sejam reeleitos em novembro deste ano.

Potenciais vices de Trump

Diferente de Joe Biden, o cargo de vice-presidente na chapa de Donald Trump ainda é uma incógnita. O ex-presidente ainda não anunciou quem vai concorrer na chapa com ele, e a demora se deve ao fato de que Trump busca um nome de plena confiança entre os republicanos.

No seu primeiro mandato, a escolha de Mike Pence, ex-governador de Indiana e nome conhecido do partido, foi visto como uma tentativa de aproximar o candidato do sistema. Durante o governo, Pence e Trump tiveram boas relações, mas os ataques ao Capitólio no dia 6 de janeiro foram o estopim para que a amizade chegasse ao fim.

De um lado, Donald Trump e seu eleitorado esperavam que Mike Pence pudesse agir no Senado para não reconhecer o resultado eleitoral que, segundo Trump, foi fraudado. As expectativas foram frustradas quando Pence sinalizou que nada iria fazer para alterar o rito da sessão e, logo em seguida, invasores adentraram ao Capitólio e protagonizaram cenas jamais vistas na história do país.

Desde então, Pence se tornou um desafeto de Trump, com visões políticas completamente distintas do seu antigo companheiro de chapa. Em um livro de memórias, Mike Pence disse: “tivemos uma relação muito boa durante quatro anos, mas não terminou bem e decidimos nos afastar assim que nosso dever com a nação acabou”.

Para evitar que o vice da sua nova chapa venha a se tornar um problema no futuro, agora, Trump busca um nome mais alinhado ideologicamente a ele e muito menos próximo ao establishment do Partido Republicano.

Embora ainda seja uma incógnita, existem alguns nomes que estão entre as prioridades para Donald Trump:

Kristi Noem - governadora da Carolina do Sul

Ben Carson - neurocirurgião famoso e ex-secretário no governo de Trump

Vivek Ramaswamy - candidato nas primárias republicanas e grande apoiador de Trump 

Tim Scott - senador da Carolina do Sul

Tulsi Gabbard - ex-deputada do partido democrata que se converteu em trumpista declarada 

A escolha do vice-presidente na chapa de Donald Trump requer mais atenção porque a constituição americana não permite que um cidadão exerça a presidência por mais de dois mandatos, portanto, se for eleito em novembro deste ano, o ex-presidente não poderá concorrer à reeleição, abrindo espaço para que o próximo vice seja um sucessor no partido Republicano.

Pesquisas eleitorais nos Swing States

Michigan: Trump 41% x 36% Biden 

Wisconsin: Trump 45% x 42% Biden 

Geórgia: Trump 44% x 37% Biden

Arizona: Trump 43% x 39% Biden

Nevada: Trump 44% x 34% Biden

Fonte: Emerson College polls 

 

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