Militares prendem presidente eleito e tomam poder em golpe de Estado no Gabão
Grupo de alta patente das Forças Armadas alega ter havido fraude nas eleições gerais do país
Grupo de alta patente das Forças Armadas alega ter havido fraude nas eleições gerais do país
Militares do Gabão preenderam o presidente reeleito Ali Bongo e tomaram o poder no país, localizado na África Central. O presidente deposto foi colocado em prisão domiciliar. Em pronunciamento em rede nacional, nesta quarta-feira (30), um grupo de alta patente das Forças Armadas do Gabão anunciou o golpe de Estado. Eles argumentam que as medidas foram tomadas porque houve fraude nas eleições gerais do país, ocorridas no último fim de semana, com a vitória de Bongo para um terceiro mandato, com cerca de 64% dos votos, segundo a autoridade eleitoral.
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Durante a transmissão desta quarta-feira, os militares anunciaram que reivindicam a tomada de poder e que todas as instituições estatais, como o Senado e a Assembleia Nacional, estavam dissolvidas. Além disso, as fronteiras terrestres e áreas do país foram fechadas. Ainda de acordo com o grupo das Forças Armadas, as eleições foram fraudadas e, portanto, estavam anuladas.
Ali Bongo Ondimba governa o Gabão há 14 anos. A família dele também governou a nação produtora de petróleo durante 56 anos - ou seja, por quase todo o período pós independência do país, que era colônia da França até 1960. O país tem 2,3 milhões de habitantes e mais de 30% vivem em condição de pobreza.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram pessoas celebrando nas ruas do país após o anúncio do golpe de Estado.
No fim de julho, uma junta militar tomou o poder em outro país africano, o Níger. Mali e Sudão também estão sob comando militar. Ambos os países têm atuação do Grupo Wagner, ligado à Rússia.