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Médico diz que não se deve tomar toda a cartela de antibiótico

Virologista afirma que tratamentos estão desatualizados e que às vezes as bactérias ficam mais resistente com tratamentos de muitos dias

Redação Integrada com informações do Daily Mail

Alguns dos tratamentos médicos mais comuns prescritos estão desatualizados e podem até ser prejudiciais, segundo o médico Paul Offit, um importante pediatra dos EUA e especialista em imunologia e virologia, que desenvolveu a vacina contra o rotavírus, uma infecção que pode causar diarreia com risco de morte em crianças e bebês.

Offit questiona a prescrição muito comum de tomar toda a caixa ou cartela de antibióticos para que as bactérias não ressurjam. Muitas vezes, médicos passam uma nova leva de antibiótico “para garantir” contra o crescimento de bactérias resistentes aos medicamentos.

Para Offit, o oposto é verdadeiro. Quanto mais longo for o tratamento com antibióticos, maior a chance de as bactérias aprenderem a lidar com o medicamento e se tornar resistentes.

O médico explica que muitas vezes não são as bactérias que causam os sintomas, mas a resposta imunológica do organismo que desencadeia inflamação e febre. Quando esses sintomas diminuem, significa que as bactérias não estão mais se reproduzindo. Portanto, os antibióticos não são mais necessários e tudo o que estão fazendo agora é criar cepas resistentes e aumentar o risco de efeitos colaterais, segundo Offit.

Duração arbitrária

Um dos primeiros especialistas a criticar a abordagem antiga foi o Dr. Martin Llewelyn, professor de doenças infecciosas na Brighton and Sussex Medical School. Em 2017, no British Medical Journal, Llewelyn escreveu que a duração dos tratamentos deve ser determinada pela rapidez com que o paciente se recupera, e não deve ser uma duração arbitrária determinada no início da doença.

Com a cistite, por exemplo, em 2007, um estudo da revista Archives of Internal Medicine, baseado em 340 mulheres com a infecção, concluiu que três dias de antibióticos foram suficientes para a cura.

Mais recentemente, em 2018, uma equipe de pesquisa multinacional estudou 500 mulheres com cistite e concluiu que o tratamento de cinco dias era adequado. Agora, grupos consultivos, incluindo a Sociedade Europeia de Microbiologia e Doenças Infecciosas, recomendam três ou cinco dias de antibióticos para cistite, dependendo do antibiótico usado.

Existem agora números específicos de dias de tratamento com antibióticos recomendados por grupos consultivos para outras condições bacterianas comuns - por exemplo, sinusite (cinco a sete dias), infecção de pele (cinco dias) e infecção de ouvido em crianças em idade escolar (três dias).

O tratamento deve ser acertado com o médico. O paciente pode questionar, pedir um acompanhamento individualizado, mas é aconselhável seguir as orientações médicas, pois muitos estão se atualizando sobre formas de tratamentos e como as doenças se comportam.

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