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Mais de 100 crianças são internadas por semana com síndrome rara pós-Covid

Doença tem afetado, em sua maioria, os pequenos de grupos sociais minoritários e mais frágeis

Com informações do jornal The Guardian

Cresce o número de crianças atendidas no Reino Unido com sintomas de uma síndrome rara que aparece após a infecção pelo novo coronavírus. Mais de 100 pacientes por semana têm necessitado ir aos hospitais em busca de atendimento.

Trata-se da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), um conjunto de reações do sistema imunológico que já havia sido registrado em crianças durante os primeiros meses da pandemia no Reino Unido e que, agora, após o país assistir a um novo aumento recorde dos casos, voltou a acontecer com maior intensidade.

Os sintomas mais comuns são febre alta persistente de até 40 graus, dores abdominais, pressão sanguínea muito baixa e manchas na pele. Em casos graves, a situação pode evoluir para uma infecção generalizada.

No início da pandemia, especialistas acreditaram se tratar da doença de Kawasaki, quadro inflamatório grave semelhante que aparece geralmente em bebês e crianças de até cinco anos. O avanço das estatísticas, porém, permitiu concluir que a condição é nova e diretamente ligada ao coronavírus.

As reações aparecem cerca de um mês depois de a criança ter contraído Covid-19, independentemente de ter tido uma versão grave ou leve e assintomática da doença. Além disso, quase quatro a cada cinco crianças que tiveram a síndrome não tinham condições preexistentes e eram saudáveis. 

A estimativa é que uma a cada 5 mil crianças tenha desenvolvido a nova síndrome após contrair Covid-19 no Reino Unido. Embora a proporção em relação ao total de infectados pelo vírus não esteja aumentando, o número de internações de pacientes com os sintomas está crescendo. 

Especialistas consultados pelo Guardian estimam que, na primeira onda, em março, cerca de 30 crianças eram hospitalizadas por semana por conta da SIM-P. Hoje, o número está por volta dos 100. 

Mais comum em minorias

O que tem intrigado os médicos é que a grande maioria das crianças que adquirem a síndrome está vindo de grupos sociais minoritários e mais frágeis do Reino Unido.

Estatísticas coletadas pela infectologista Hermione Lyall, especialista em doenças infecciosas infantis do centro de pesquisas da Imperial College e da rede pública de saúde do país (NHS), mostraram que, de 78 crianças que tiveram a síndrome, 47% eram afro-caribenhas e 28% a asiáticas. Na população total, esses grupos representam perto de 14%. 

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