Jovem refugiado ganha apelido de 'Newton de Gaza' após criar sistema para iluminar tenda da família
Hussam, de 15 anos, usou as duas ventoinhas como pequenas turbinas eólicas capazes de carregar baterias.
"Newton estava sentado embaixo de uma macieira quando uma maçã caiu em sua cabeça e isso o levou a formular a lei da gravidade. Aqui, estamos vivendo na escuridão e na tragédia, então pensei em criar luz". Essas são palavras de um refugiado palestino de 15 anos, que com duas ventoinhas e alguns fios conseguiu gerar eletricidade para iluminar a tenda precária onde vive com a família em um campo de refugiados em Rafah, na Faixa de Gaza, depois de terem sido obrigados a abandonar a casa onde viviam devido aos ataques de Israel à Palestina.
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Hussam Al-Attar contou a agência Reuters que as pessoas que vivem com eles no campo de tendas o apelidaram de "Newton de Gaza", em homenagem ao cientista inglês Isaac Newton. As imagens do jovem mostrando seu sistema circularam pelo mundo e emocionaram a milhões de pessoas.
O jovem usou as duas ventoinhas como pequenas turbinas eólicas capazes de carregar baterias. Colocou-as em um telhado e com alguns fios que passavam pela casa, interruptores e até lâmpadas, conseguiu criar um sistema de iluminação personalizado para sua família. Ele conta que demorou algum tempo até que a experiência desse certo e só foi bem-sucedido na terceira tentativa.
"Fiquei muito feliz por ter conseguido fazer isso, porque aliviei o sofrimento da minha família e de todos que estão sofrendo com as condições em que vivemos durante esta guerra", contou à Reuters.
Hussam relatou que a família passou 20 dias em total escuridão quando chegaram ao campo de tendas fugindo da guerra. O conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado em 7 de outubro, quando militantes do grupo islâmico palestino invadiram o sul de Israel.
O jovem, que sonha um dia tornar-se um cientista tão famoso quanto Newton, conta que ficou muito feliz por ser chamado de "Newton de Gaza". "Espero realizar meu sonho de me tornar um cientista como Newton e criar uma invenção que beneficie não só o povo da Faixa de Gaza, mas, o mundo inteiro", diz.