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Estoque de cigarros na Argentina só dura mais uma semana

Indústria de tabaco está parada desde final de março

Com informações do jornal Página12

Os estoques de cigarro nos kioscos ((quiosques, em português)) da Argentina podem acabar já nesta semana por conta da paralisação no setor devido à pandemia do novo coronavírus. A informação foi dada pelo presidente da União dos Quiosques da Argentina (UKRA), Nestor Adrián Palacios, nesta quarta-feira (6).

Os kioscos são uma modalidade de comércio quase onipresente na Argentina (muito semelhantes às bancas de jornais do Brasil) que vendem, além de jornais e revistas, cigarros, alfajores, balas, bebidas e outros produtos semelhantes.

Palacios disse que haverá dificuldade de encontrar maços de cigarro disponíveis nos pontos de venda do país. Segundo o representante da UKRA, em regiões do interior da Argentina já não há mais marcas disponíveis.

"No interior já não tem mais, somente na capital e na grande Buenos Aires, mas o estoque vai acabar esta semana", afirmou. As províncias de Chaco, Jujuy, Tierra del Fuego e Santa Cruz foram as regiões mais impactadas pela falta de distribuição do produto.

Mesmo assim, é importante alertar: o hábito de fumar aumenta o risco de contrair infecções bacterianas e virais, tais como a covid-19. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer do Brasil), entre os pacientes chineses diagnosticados com pneumonia associada ao coronavírus, as chances de agravamento da doença foram 14 vezes maiores entre as pessoas com histórico de tabagismo em comparação com as que não fumavam. 

Paralisação

As indústrias de tabaco estão paradas desde 20 de março, após a paralisação obrigatória decretada pelo governo argentino para conter a propagação do coronavírus. Os cigarros que estavam sendo distribuídos desde então eram os já fabricados, "mas as empresas não têm mais estoque e não há mais produto na rua".

Na última segunda-feira (4), Palacios enviou uma carta ao ministro do Desenvolvimento Social, Matías Kulfas, solicitando a volta da produção das empresas de tabaco. O presidente da UKRA reiterou que muitos comércios estão sem cigarros para vender. 

"Estamos esperando o anúncio do governo diante da necessidade dos consumidores, mas também dos comerciantes", disse ao jornal. O líder da UKRA apontou que, com a reabertura, o abastecimento pode levar 48 horas para a capital e região, mas, "para normalizar todo o país leva cerca de uma semana".

Palacios afirmou que a preocupação da União é que, sem os cigarros, as vendas dos comércios podem cair, pois "o percentual de rentabilidade das vendas de cigarros varia de 45% a 70%, dependendo de onde a loja está localizada, porque quem compra um pacote também toma um refrigerante, compra um alfajor ou uma bala".

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