Entenda como aconteceu o massacre no festival em Israel a partir do relato de quem estava lá
Primeira edição israelense do Festival Tribe of Nova, criado no Brasil há duas décadas, tinha tudo para ser um sucesso
O desejo dos irmãos gêmeos Osher e Michael Waknin de celebrar "a amizade, o amor e a liberdade infinita" se transformou em um pesadelo. A última festa que organizaram se tornou um trágico símbolo do ataque sem precedentes lançado pelo grupo terrorista Hamas contra Israel. Esta é a história de um dia que marcou a memória de todos que estiveram lá e dos familiares e amigos das vítimas.
A primeira edição israelense do Festival Tribe of Nova, originário do Brasil há duas décadas, parecia um sucesso. Cerca de 3.500 pessoas, entre israelenses e estrangeiros, reuniram-se no sul do país. O evento contou com três palcos, diversos DJs internacionais, áreas de camping e bares para os participantes. O local escolhido estava no deserto de Negev, a poucos quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza.
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"Foram de árvore em árvore e atiraram. Vi gente morrendo à minha volta. Fiquei calada. Não chorei, não fiz nada", declarou à BBC após conseguir escapar com o namorado. Mas muitos não tiveram nem a sorte nem presença de espírito para se esconder.
"Em cada carro havia um, dois ou três corpos", explicou Moti Bukjin, porta-voz da ONG israelense Zaka, à AFP. "Alguns tinham uma bala na cabeça ou no queixo", e outros "foram atingidos quando tentavam fugir e caíram nas canaletas junto da estrada".
O resultado foi devastador: 270 mortos e dezenas de veículos incendiados ao longo da estrada que levava ao local do festival. Familiares continuavam em busca dos desaparecidos, temendo que muitos tenham sido sequestrados e mantidos como reféns na Faixa de Gaza, que enfrenta bombardeios contínuos do Exército de Israel.
A incerteza envolve Michael Waknin, um dos organizadores do festival, enquanto o irmão gêmeo, Osher, é lembrado pela irmã como um herói, pois testemunhas viram ele sair do carro para ajudar pessoas em meio ao caos. Seus restos mortais foram enterrados na terça-feira (10) em Jerusalém.