Como você responde mensagens diz muito sobre a sua personalidade

No mundo da comunicação por mensagem de texto e áudio, em aplicativos como Whatsapp, criamos nossas próprias “personalidades online” e hábitos, que acabam passando aos nossos contatos se somos confiáveis para responder logo ou não.

Você é daqueles que diz, em resposta a uma mensagem de um amigo mofando há cinco horas: “desculpa, agora que vi a mensagem” ou alguém que até interrompe um afazer para dar uma resposta imediata? Claro, depende de quem mandou a mensagem e de como está o nosso dia.

Neil Wilkie, especialista em relacionamento com base no Reino Unido e fundador da The Relationship Paradigm, desvenda um pouco a personalidade das pessoas a partir de como reagem a mensagens.

Respondentes rápidos

Ele explica que existem aqueles em quem podemos confiar para uma resposta rápida e aqueles que você sabe que não devem entrar em contato nem em caso de emergência.

Então, o que há nas pessoas que as tornam rápidas no gatilho, quer dizer, na resposta, e por que optamos por contatá-las em particular?

Segundo o especialista, pessoas que sempre respondem aos textos podem ser motivadas pelo sentimento de “agradar aos outros”, o que as tornam mais tolerantes e flexíveis com as necessidades dos outros.

No entanto, se elas estão tentando agradar aos outros, existe o perigo de colocarmos muita carga na relação. “Elas também podem estar respondendo com um profundo sentimento de amor, amizade ou desejo de atender às nossas necessidades”, explicou ele. “Elas podem não ter uma vida agitada e por isso têm tempo e espaço para responder.”

Neil disse ainda que os “respondentes ráidos” também podem ser levados por um desejo de serem perfeitinhos, focados em fazer a "coisa certa" - portanto, podem não dar uma resposta autêntica.

O especialista sugere que tendemos a enviar mensagens para pessoas que certamente responderão, porque nos sentimos seguros ao fazê-lo. “Sabemos que eles são confiáveis ​​e sentimos que somos importantes para eles”, explicou.

Ele acrescentou que as pessoas buscam respostas rápidas porque isso lhes dá uma afirmação positiva e as faz se sentir bem. “Também podemos obter uma dose do hormônio do bem-estar, a dopamina, que é maravilhosamente viciante”, acrescentou.

Respondente intermitente

Pode ser fácil ser rotulado como um “respondedor intermitente” quando a vida nos impede de olhar para nossos telefones. Às vezes, responde rápido, às vezes, não.

E Neil diz que pode haver outras pressões de tempo que empurram a resposta a mensagens para o fim da lista de prioridades de uma pessoa.

“Sua conexão com eles também pode não ser muito boa”, explicou ele.

Além disso, ele sugeriu que as respostas intermitentes podem ser resultado de uma sobrecarga emocional, deixando-os incapazes de dizer não, por isso, posterga a resposta.

Enviar mensagens para uma pessoa assim pode ser arriscado, especialmente se você precisar de uma resposta dentro de um determinado tempo. Quem nunca passou por isso?

Neil diz que a incerteza quanto ao retorno do respondente intermitente pode criar ansiedade, levando-nos a fazer perguntas como: “Por que ele não respondeu; será que que está bem?”

Ele acrescentou: “Isso pode ser muito desconfortável para nós e podemos reduzir nossa conexão com eles.”

O não respondedor

Não importa o dia, a hora, se chove ou faz calor. É garantido que os “não respondentes” nunca ou quase nunca entrarão em contato com você.

O especialista em relacionamento sugere que pode haver uma série de razões pelas quais um não respondente se comporta dessa maneira irritante. Talvez ele nunca receba as mensagens ou o telefone pode estar quebrado.

Ele diz que uma pessoa que não responde a textos de forma consistente pode estar passando por uma crise real e, portanto, não consegue responder.

“Eles também podem não ter percebido que precisavam de interações no passado e ficou mais fácil ignorar mensagens do que lidar com elas”, explicou Neil.

Além disso, ele observa que quem não responde pode ter uma motivação de urgência e estar mais focado em realizar as tarefas imediatas, deixando pouco tempo para descansar e socializar.

Neil diz que enviar mensagens de texto para um não respondente e não receber nada em resposta pode fazer com que as pessoas pensem que não são importantes para o destinatário.

Ele sugere que as pessoas começarão a pensar que a pessoa para quem estão enviando mensagens é simplesmente rude, em vez de entender que talvez elas não respondam a ninguém.

Neil continuou: “Podemos desistir de tentar sem descobrir o que realmente está por trás desse comportamento.”

Respondente atrasado

Algumas pessoas não são projetadas para fazer as coisas em um ritmo rápido, e vida pode parecer mover-se em câmera lenta quando comparadas a outros grupos de pessoas - e suas personas de mensagens de texto não são diferentes.

Na maioria das vezes, Neil diz que as pessoas que enviam respostas atrasadas estão muito ocupadas ou as mensagens que receberam não estão em seu radar de interesse.

Ele sugere também as respostas atrasadas podem advir de um perfeccionismo, o que significa que leva muito tempo para criar a resposta “certa”.

Ao enviar uma mensagem para alguém assim, Neil diz que os remetentes começarão a fazer perguntas sobre a pessoa e sobre o que ela pode estar fazendo.

Ele diz que os remetentes vão questionar o que está acontecendo com o amigo um tanto inacessível, imaginando onde ele pode estar ou se está bem.

Neil sugere que isso pode deixar as pessoas preocupadas com o fato de o respondente atrasado não saber o quão importante é obter uma resposta dele.

Remetentes em série

E, por último, existem as pessoas que sentem uma necessidade repentina de se comunicar, enviando um monte de mensagens de uma vez e nunca respondendo, uma vez que obtêm alguma resposta.

No extremo, Neil diz que os remetentes em série podem ser narcisistas e pensar que o mundo gira em torno deles.

“No outro extremo, eles podem estar inseguros e querer transmitir seu mundo imaginário pelas redes sociais, em vez de confrontar a realidade”, explicou.

“No meio, talvez também estejamos no limite do mundo deles e não devemos esperar uma resposta individual.”

Neil sugere que as pessoas que enviam mensagens de texto a uma dessas pessoas que falam muito, mas sobre si mesmas, podem sentir que elas não estão realmente interessadas em sua vida e no que têm a dizer.

Ele diz que as pessoas começam a pensar que remetente compulsivo deseja apenas transmitir para o mundo, em vez de aprender mais sobre seus amigos e como estão se saindo.