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Brasileiro usa tecnologia para apontar que Santo Sudário não foi usado no corpo de Jesus

Designer Cicero Moraes usou simulações 3D para mostrar que os traços do sudário são mais compatíveis com uma escultura em baixo-relevo do que com um corpo humano

Riulen Ropan
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Preservado na catedral de Turim, na Itália, o Santo Sudário é uma das relíquias mais emblemáticas do cristianismo e atrai peregrinos de todo o mundo. Segundo a tradição cristã, o tecido teria envolvido o corpo de Jesus Cristo durante os três dias que antecederam a ressurreição. No entanto, a peça também é alvo frequente de questionamentos científicos. Agora, um estudo liderado por um brasileiro reforça a tese de que se trata de uma obra artística, e não de um registro físico do corpo de Cristo.

O designer e especialista em simulações digitais 3D Cicero Moraes analisou o sudário e afirma que os traços da figura ali impressa são mais compatíveis com uma escultura em baixo-relevo do que com um corpo humano. Segundo ele, os impactos visíveis na peça não correspondem ao comportamento natural de um tecido em contato com o volume de um corpo real.

Moraes utilizou softwares livres de modelagem tridimensional para simular como um pano se comportaria sobre um corpo humano e sobre superfícies com relevo esculpido. Os resultados mostraram que o padrão do sudário se assemelha ao contato com uma estrutura plana e modelada, como uma escultura tumular cristã. A pesquisa foi publicada na revista científica Archaeometry, em 28 de julho.

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“Embora haja um grande debate entre os que acreditam e os que não acreditam que aquela é a imagem real de Cristo, o meu trabalho indica que o padrão deixado é mais compatível com um baixo relevo, baseado em arte tumular, do que com um corpo humano, evidenciando que se trata de uma obra de arte cristã, esta bem sucedida em seu propósito de celebrar a fé”, afirmou Moraes ao Portal Metrópoles.

Impressão por contato com escultura

Para Moraes, a imagem do sudário pode ter sido produzida por contato direto com superfícies aquecidas ou pigmentadas feitas de materiais como pedra, madeira ou metal, comuns em esculturas religiosas da Idade Média. O pesquisador não buscou datar o tecido, mas sua análise reforça descobertas anteriores, como as análises com carbono-14 realizadas em 1989, que dataram a peça entre os anos de 1260 e 1390 d.C.

“O meu estudo abordou o que aconteceria se o tecido envolvesse um corpo humano, isso independe da idade do mesmo, pois a questão está relacionada ao padrão que deixaria na superfície. Pode até haver alguma deformação por conta da idade, mas seria insignificante na escala do corpo”, explicou.

Nome conhecido em reconstruções históricas

Cicero Moraes já ganhou destaque internacional por suas reconstruções faciais digitais de figuras históricas, como Santo Antônio de Pádua e Francesco Petrarca. Em junho de 2024, ele apresentou a reconstituição do rosto do Homo sapiens mais antigo já identificado, datado de 315 mil anos.

Fé além da ciência

Apesar das controvérsias científicas, o Santo Sudário segue sendo um símbolo de grande valor espiritual para milhões de cristãos. A Igreja Católica não afirma oficialmente que o tecido tenha envolvido o corpo de Cristo, mas autoriza sua veneração como um ícone da Paixão.

Em exibições públicas, o Vaticano costuma destacar o significado espiritual da peça. Em 2020, o papa Francisco se referiu ao sudário como a “imagem do sofrimento de um inocente”, ressaltando seu impacto na fé popular.

(Riulen Ropan, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)

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