Botox funciona? Estudo recorre a comparativo com gêmeas para chegar a uma resposta
Trata-se do procedimento estético não cirúrgico mais praticado globalmente, representando 43,2% do total

A toxina botulínica, mais conhecida como Botox, é mundialmente reconhecida como um tratamento eficaz na prevenção e suavização de rugas de expressão. Agindo ao paralisar a comunicação entre o nervo motor e o músculo, a substância interrompe a contração muscular, evitando a formação de vincos na pele.
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O relatório mais recente da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) destaca que a aplicação de Botox é o procedimento estético não cirúrgico mais praticado globalmente, representando 43,2% do total. A popularidade se deve em parte à sua temporariedade, com efeitos que duram de três a seis meses, levando muitas pessoas a realizarem aplicações regulares para manter a prevenção ativa de rugas.
Para avaliar a eficácia a longo prazo, pesquisadores conduziram um estudo comparativo entre duas irmãs gêmeas, uma submetida ao tratamento regular e a outra não. O dermatologista William Binder, da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), publicou em 2006 um estudo detalhando os efeitos ao longo de 13 anos, quando as irmãs tinham 38 anos.
A primeira irmã, que iniciou o tratamento aos 25 anos, recebeu aplicações regulares na testa e na região glabelar 2 a 3 vezes por ano, e nos pés de galinha duas vezes nos últimos dois anos do estudo. Em contrapartida, a segunda irmã aplicou a toxina apenas duas vezes esporádicas aos 31 e 35 anos, somente na testa e na região glabelar.
Ao analisar as imagens das gêmeas, Binder concluiu que a testa hiperfuncional e as linhas glabelares eram menos evidentes na irmã tratada regularmente em comparação com a minimamente tratada. O estudo sugere que o tratamento prolongado com Botox pode prevenir o desenvolvimento de linhas faciais visíveis em repouso.
Acompanhamento confirma efeitos positivos contra vincos
Seis anos após o primeiro estudo, os pesquisadores William Binder e Alexander Rivkin, ambos da UCLA, revisitaram os efeitos do Botox em duas irmãs gêmeas, então com 44 anos. O acompanhamento, que totalizou 19 anos, revelou que a gêmea que continuou as aplicações regulares do Botox apresentava significativamente menos sinais de envelhecimento facial em comparação com a irmã que realizou o procedimento esporadicamente.
As diferenças nas marcas eram notáveis, com a gêmea que recebeu aplicações regulares mantendo uma pele suave, poros pequenos e menos rugas visíveis. Por outro lado, a irmã que aplicou o Botox de forma intermitente mostrava sinais mais evidentes de envelhecimento, incluindo mais rugas e poros visíveis.
Os resultados, publicados na revista científica Dermatologic Surgery, enfatizam que o tratamento repetido com toxina botulínica continua a diminuir os sinais aparentes de envelhecimento facial e atrasar o aparecimento de linhas faciais hiperfuncionais.
Os pesquisadores destacam que nenhuma das irmãs passou por outros procedimentos de rejuvenescimento, e ambas têm hábitos de cuidados semelhantes. Além disso, mesmo considerando a diferença na exposição solar entre Los Angeles, onde vive a gêmea tratada regularmente, e Munique, onde vive a outra, os resultados indicam que o uso consistente do Botox ao longo do tempo é o fator principal que contribui para a diferença na qualidade estética da pele das gêmeas.
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