Pressionada por perdoar caso de abuso sexual, presidente da Hungria anuncia sua renúncia
Katalin Novák conceceu, no ano passado, indulto a um homem condenado por ser cúmplice de ajudar a encobrir um caso de abuso sexual
Neste sábado (10), a presidente da Hungria, Katalin Novák, anunciou sua renúncia, após ser pressionada em razão de ter perdoado um homem condenado por ser cúmplice de ajudar a encobrir um caso de abuso sexual em um orfanato. "Eu cometi um erro. Hoje é o último dia em que me dirijo a vocês como presidente", disse ela em um discurso transmitido pela televisão estatal.
VEJA MAIS
A agora ex-presidente ainda relembrou o caso. "Tomei a decisão de conceder um indulto em abril passado, acreditando que o condenado não havia abusado da vulnerabilidade das crianças que ele havia supervisionado. Cometi um erro, pois o perdão e a falta de fundamentação foram adequados para provocar dúvidas sobre a tolerância zero que se aplica à pedofilia", ressaltou.
O caso aconteceu em abril de 2023, quando Novák concedeu um perdão presidencial a dezenas de pessoas, antes de uma visita do Papa Francisco ao país, entre elas o vice-diretor de um lar infantil que ajudou um ex-diretor a esconder seus crimes. Ele foi condenado a oito anos de prisão por abusar sexualmente de vários meninos menores de idade entre 2004 e 2016. O vice-diretor foi condenado a mais de três anos.
Protestos contra a presidente e pedindo sua renúncia reuníram cerca de mil pessoas na última sexta-feira (9), que foram às ruas em Budapeste, capital da Hungria.