ONU aprova retirar maconha de lista de drogas consideradas mais perigosas
Decisão não retira a necessidade de os países estabelecerem controles contra a proliferação da droga
A Comissão de Drogas Narcóticas das Nações Unidas aprovou, nesta quarta-feira (2), a reclassificação da maconha e da resina derivada da cannabis para um patamar que inclui substâncias consideradas menos perigosas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Antes, nessa lista de drogas mais perigosas, a maconha estava posicionada ao lado de substâncias como a heroína. Agora, a cannabis fica posicionada entre outros entorpecentes como a morfina, que a organização também recomenda controle mas admite ter menos potencial danoso.
Na prática, a decisão não retira a necessidade de os países estabelecerem controles contra a proliferação da droga. A medida também não tem o poder de mudar, por si, as políticas adotadas por cada nação sobre a maconha e seus derivados.
Porém, com a reclassificação, a maconha deixa de ocupar uma lista de substâncias consideradas "particularmente suscetíveis a abusos e à produção de efeitos danosos" e "sem capacidade de produzir vantagens terapêuticas".
A decisão segue uma recomendação da própria OMS e teve aprovação de 27 países. Outros 25 votaram contra - entre eles, o Brasil, e uma representação se absteve. As delegações rejeitaram outras recomendações como a retirada de todas as listas de alguns componentes da cannabis. Além do Brasil, regimes como China, Egito, Rússia ou Turquia também recusaram a proposta.
O uso recreativo da maconha é permitido em países como o Uruguai, o Canadá e a Geórgia, além de algumas partes do Estados Unidos, que recentemente aprovaram leis que retiram a penalização para quem consumir a substância ou que legalizam completamente o consumo da droga.
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