Maduro arrisca 'portunhol' e pede apoio de brasileiros em transmissão ao vivo
Nos últimos meses, os Estados Unidos têm atacado embarcações no Caribe e no Pacífico, que, segundo os militares americanos, seriam de traficantes de drogas
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, se arriscou no português nesta quinta-feira, 4, para pedir o apoio do povo brasileiro ao seu país. O apelo, feito em programa da TV estatal, ocorre em meio ao crescimento da tensão com os Estados Unidos.
"A vitória nos pertence. Viva a unidade do povo do Brasil, viva a unidade com o povo venezuelano", disse Maduro, utilizando "portunhol". Ele também clamou: "Povo do Brasil, às ruas para apoiar a Venezuela em sua luta pela paz e pela soberania".
O líder venezuelano reforçou a mensagem ao agradecer um boné do Movimento dos Sem Terra (MST) recebido durante a transmissão ao vivo, mencionando o Brasil novamente: "Eu falo para vocês toda a verdade: temos direito à paz com soberania. Que viva o Brasil."
Ações dos EUA e a Crise na Venezuela
Nos últimos meses, os Estados Unidos têm intensificado suas ações. Embarcações no Caribe e no Pacífico foram atacadas, sob a alegação militar americana de que seriam de traficantes de drogas. O governo americano também alertou companhias aéreas para evitar sobrevoar o território venezuelano.
Além disso, Washington realizou exercícios militares em águas internacionais próximas à jurisdição venezuelana e enviou o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, para as proximidades da costa sul-americana. Operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA) na Venezuela também foram autorizadas.
Acusações e Tentativas de Mediação
Segundo o governo Trump, Maduro lidera um cartel de drogas conhecido como "Cartel de los Soles". O governo venezuelano, por sua vez, nega as acusações e afirma que os EUA buscam derrubar Maduro para obter o petróleo da Venezuela.
Publicamente, Maduro vem pedindo paz, inclusive cantando a música Imagine, de John Lennon, e dançando com universitários, mas ressaltou não desejar "uma paz de escravos". O ditador também reforçou as medidas de segurança em seu entorno.
Ainda em novembro, Maduro e Trump conversaram por telefone. No mesmo mês, o empresário brasileiro Joesley Batista viajou para a Venezuela na tentativa de achar uma saída negociada para a crise, que incluía a renúncia do presidente venezuelano.
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