Lula diz que Brics não deixou de fazer sua parte para conservar o meio ambiente
Lula disse que o clima muda mais rápido que o previsto e que falta financiamento para a transição justa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 7, que o Brics não deixou de fazer sua parte na preservação ambiental, enquanto “o negacionismo e o unilateralismo corroem avanços e sabotam o futuro”. De acordo com o presidente, é necessário colocar o desenvolvimento sustentável no “centro do debate”.
As declarações foram feitas durante a abertura da sessão plenária “Meio Ambiente, COP 30 e Saúde Global”, último encontro da Cúpula do Brics — grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. A expectativa é que duas resoluções sobre o tema sejam publicadas ao fim da sessão. Lula também deve conceder entrevista coletiva às 13h.
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Durante o discurso, o presidente alertou que o aquecimento global avança em ritmo mais acelerado do que o previsto e que, mesmo uma década após o Acordo de Paris, ainda faltam recursos para uma transição energética justa. “Os países em desenvolvimento serão mais impactados pelos danos ambientais”, afirmou. Lula também defendeu a urgência de abandonar os combustíveis fósseis.
Ao abordar a erradicação de doenças ligadas à desigualdade social, Lula afirmou que, se essas enfermidades atingissem os países ricos, “já teriam sido erradicadas”. Para ele, é preciso garantir “espaço fiscal” para enfrentá-las.
“No Brasil e no mundo, renda, escolaridade, gênero e local de nascimento determinam quem adoece e quem morre. Muitas doenças que matam milhares em nossos países, como o Mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte global. Implementar o ODS 3 (Saúde e Bem-estar) requer espaço fiscal”, afirmou.
Fundo vai remunerar serviços prestados ao planeta
Lula anunciou ainda que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que será lançado durante a COP 30, tem como objetivo remunerar serviços ecossistêmicos prestados ao planeta.
Segundo o presidente, os incentivos do mercado seguem na contramão da sustentabilidade. Ele citou que, em 2024, os 65 maiores bancos do mundo destinaram US$ 869 bilhões ao setor de combustíveis fósseis.
“Taxonomias sustentáveis e unidades de contagem de carbono justas e inclusivas podem atrair investimentos produtivos, verdes e socialmente justos”, afirmou Lula.
O presidente também destacou que a Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do Brics, que será adotada ainda hoje, apresentará fontes de recursos e modelos alternativos para o financiamento climático.
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