EUA dizem que bombardeio não eliminou programa nuclear do Irã
Foram usadas bombas chamadas "bunker-buster", com carga explosiva de 14 toneladas e disparadas à velocidade do som
A cúpula militar dos Estados Unidos e autoridades do governo Trump deram mais detalhes, na manhã deste domingo 22, sobre o bombardeio às centrais nucleares de Isfahan, Natanz e Fordow, no Irã, ocorrido no sábado. A avaliação é de que o programa nuclear iraniano foi duramente afetado, mas não completamente eliminado. É cedo para determinar quando ou se isso pode ocorrer.
O Pentágono diz que o uso de bombas chamadas "bunker-buster", com carga explosiva de 14 toneladas e disparadas à velocidade do som, deixaram destruição extensa na usina, mas o dano não foi total.
Segundo o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas americanas, general Dan Caine, é cedo para dizer se o programa nuclear iraniano foi destruído com a operação, batizada de 'Martelo da Meia-Noite'.
Caine diz que a avaliação dos danos causados pelo ataque levará tempo, mas dados preliminares indicam que os três locais sofreram destruições parciais. Em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC, o vice-presidente JD Vance disse que o programa nuclear iraniano foi atrasado de maneira substancial, mas não foi eliminado completamente.
"Não vou entrar em detalhes confidenciais sobre o que vimos no terreno no Irã, mas vimos muita coisa e estou muito confiante de que atrasamos substancialmente o desenvolvimento de uma arma nuclear por parte deles", diz. "E esse era o objetivo deste ataque."
A avaliação difere das declarações do presidente Donald Trump, que disse em pronunciamento na Casa Branca que o programa nuclear iraniano tinha sido "obliterado". O secretário de Defesa, Pete Hegseth, deu declarações mais alinhadas à do presidente.
Na coletiva, que teve também participação de Hegseth, as autoridades americanas afirmaram que a operação foi limitada e teve como alvo o programa nuclear iraniano, e não tem como objetivo nenhuma "mudança de regime" no Irã.
À NBC, Vance tentou diminuir as preocupações da base de apoio de Trump com o envolvimento em uma nova guerra no Oriente Médio. "Não estamos em guerra com o Irã. Estamos em guerra com o programa nuclear do Irã."
Como foi a operação
Segundo informações do Pentágono, a operação foi ultrassecreta, com poucas pessoas dentro do governo cientes de sua existência. A ação contou também com táticas diversionistas.
Os bombardeiros B-2 Stealth usados no bombardeio decolaram dos EUA, mas outros caças similares partiram de bases americanas no Oceano Pacífico para confundir as defesas iranianas.
Além disso, submarinos na costa do Golfo dispararam mísseis Tomahawk contra o território iraniano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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