Covid: brasileiros estão entre os que desaprovam atuação do governo
Pesquisa global mostra índice de insatisfação das populações com resposta de líderes em relação à pandemia
Populações na maioria dos 25 países ao redor do mundo acreditam que os governos e líderes falharam ao responder bem ou com rapidez suficiente em relação à crise do coronavírus, de acordo com a pesquisa global do YouGov, divulgada nesta terça-feira, 27, com cerca de 26 mil pessoas em países da Austrália à Suécia, passando pelo Brasil.
O levantamento pelo YouGov-Cambridge Globalism Project, entre julho e agosto, antes da segunda onda na Europa e em outros lugares, mostrou variações marcantes na aprovação dos governos no enfrentamento da pandemia que matou quase 1,1 milhão de pessoas.
Alguns governos foram aprovados. Quatro de cada cinco entrevistados na Dinamarca, que fechou as portas logo no início de março com a chegada da primeira onda e conseguiu limitar as mortes de Covid a 119 por milhão de habitantes, considerou que seu governo se saiu muito bem ou razoavelmente bem.
Austrália e Grécia, com número de mortos por milhão de apenas 35 e 51, também registraram níveis de aprovação superiores a 70%, enquanto 67% dos entrevistados na Alemanha - com uma taxa de mortalidade igual à da Dinamarca - disseram que o governo de Angela Merkel havia lidado com o crise muito bem ou razoavelmente bem.
Brasil
No outro extremo da escala, apenas 34% das pessoas pesquisadas nos EUA, 36% na Espanha, 37% na França e 39% no Reino Unido e no Brasil acharam que seus governos tiveram um bom desempenho. O número de mortos nesses países está entre os mais altos do mundo: 686 por milhão nos Estados Unidos, 735 na Espanha, 521 na França, 649 no Reino Unido e 730 no Brasil.
Propaganda
Houve anomalias significativas, no entanto. 58% dos entrevistados na Itália e 54% na Suécia - países com taxas de mortalidade muito altas, de 676 e 586 por milhão - estavam confiantes de que seus governos haviam lidado com a pandemia muito bem ou razoavelmente bem.
Na Itália, dizem analistas, isso pode ser parcialmente explicado pela notável popularidade pessoal de Giuseppe Conte, cujas pesquisas mostram ser o político italiano mais confiável em anos: 61% dos entrevistados aprovaram o desempenho do primeiro-ministro durante a pandemia.
Na Suécia, uma pesquisa separada do YouGov sugere que 65% das pessoas têm uma opinião favorável em relação ao epidemiologista-chefe, Anders Tegnell, o arquiteto da estratégia anti-lockdown do país.
Palavras-chave