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Buraco negro é avistado expulsando restos de estrela três anos após destrui-la; entenda

Segundo os pesquisadores, buraco negro está emitindo material a 480 milhões de km/h, quase metade da velocidade da luz

Luciana Carvalho

Uma equipe de astronomia do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos, avistou um buraco negro expelindo restos de uma estrela três anos após destrui-la. O lançamento dos restos ocorre a 50% da velocidade da luz, o que acontece comumente a 10% da velocidade da luz. As informações são do portal Isto é Dinheiro.

“Isso nos pegou completamente de surpresa. Ninguém nunca viu nada assim antes”, disse Yvete Cendes, pesquisadora e principal autora do estudo.

Segundo os cientistas, desde a destruição da estrela, por meio de um dos chamados “eventos de disrupção de marés” (ou “TDEs”, na sigla em inglês), em 2018, o buraco negro não engoliu nada de novo e está iluminando os céus novamente. E não se sabe por que o fluxo do material sofreu os três anos de atraso.

Esses TDEs acontecem quando objetos se aproximam de buracos negros e encontram fortíssimas forças gravitacionais, que geram forças de maré capazes de esticar e reduzir o volume da matéria do objeto por meio da espaguetificação (semelhante ao espaguete).

Ainda de acordo com o levantamento, conforme cai no buraco negro, o material espaguetificado é aquecido e emite luz que pode ser observada. Então, enquanto procuravam TDEs recentes, a equipe descobriu o evento AT2018hyz.

Dados de rádio do Very Large Array (VLA) no Novo México mostraram que o buraco negro havia reanimado misteriosamente em junho de 2021.

Cendes e a equipe correram para examinar o evento mais de perto. “Solicitamos o tempo discricionário do diretor em vários telescópios, que é quando você encontra algo tão inesperado que mal pode esperar pelo ciclo normal de propostas de telescópios para observá-lo”, explica Cendes.

“No caso do AT2018hyz, houve um silêncio de (ondas de) rádio pelos três primeiros anos, e agora ele está brilhando dramaticamente a ponto de se tornar um dos TDEs mais luminosos em ondas de rádio que já observamos”, disse o co-autor Edo Berger.

O mais curioso, segundo os pesquisadores, é que o TDE em questão ocorreu sem o buraco negro ter se alimentado de mais nada, e está emitindo material a 480 milhões de km/h, quase metade da velocidade da luz, acrescenta. “É como se esse buraco negro começasse a ‘arrotar’ material da estrela que comeu há anos”, disse Cendes.

“Esta é a primeira vez que observamos um atraso tão longo entre a ‘refeição’ e o fluxo”, acrescentou Berger. Agora, a investigação vai recair sobre o atraso desde o último “jantar” do buraco negro e se as emissões são características únicas do AT2018hyz, ou se este é um evento mais comum do que parece.

O que são os buracos negros?

A Teoria Geral da Relatividade de Einstein prevê a existência de buracos negros, embora não os explique muito bem. Após a previsão dos buracos negros, diversos cientistas estudam e teorizam sobre buracos negros. Dois famosos desses cientistas são o físico matemático Roger Penrose e o físico teórico Stephen Hawking.

buracos negros de todos os tipos: estelares, intermediários e supermassivos. Essas classificações são de acordo com sua massa. Mas todos eles são objetos semelhantes.

Os buracos negros são, em resumo, um objeto tão massivo que se forma uma singularidade. Ele possui uma densidade infinita e atrai a matéria sem dó para dentro de si.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).