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Asteroide passa 'perto' da Terra nesta sexta; em 2068 pode ser fatal

Impacto do corpo gigante seria o equivalente a 880 milhões de toneladas de TNT detonadas

Redação Integrada com informações do EarthSky

Na noite desta sexta-feira, 5, um visitante indesejado vai passar perto de nossa casa. Um asteroide de 340 metros, chamado Apophis, deve chegar a 16 milhões de km do nosso planeta, por volta das 22h15, no horário de Brasília. O problema é que da daqui a uns anos ele pode querer entrar sem ser convidado. E o resultado poderá ser catastrófico.

Chegou-se a acreditar que em 2029, em mais uma passagem, o bloco rochoso poderia impactar com a Terra, mas a hipótese foi descartada.

Após a passagem de 2029, Apophis também fará passagens marcantes​​ perto da Terra em 2036 e, novamente, em 2068. Colisão com a Terra em 2029 e 2036 foi descartada. Em fevereiro de 2021, as chances de impacto durante a passagem do Apophis em 2068 eram de 1 em 380.000. Essa é uma chance de 99,99974% do asteroide não colidir com a Terra em 2068. Mas ainda há chance.

Aceleração perigosa

As observações de 2021 do Apophis devem melhorar ainda mais nosso conhecimento da forma e rotação do asteroide e ajudarão a reduzir as incertezas na órbita da rocha espacial causadas pelo que é chamado de aceleração de Yarkovsky.

Em alguns casos, a aceleração - uma mudança na velocidade e direção de um objeto através do espaço - pode ajudar a evitar uma colisão. Estudos da aceleração de Yarkovsky em relação ao asteroide Apophis sugerem que este é o caso para este corpo rochoso.

Cálculos anteriores (feitos em 2016) tinham praticamente descartada a probabilidade de um impacto em 2068. A chance de um impacto foi vista em 2016 como muito pequena, com apenas 1 em 150.000, ou uma chance de 99,99933% do asteroide passar só de “raspão” pela Terra.

A passagem do asteroide hoje não será possível ser vista a olho nu, apenas por telescópios.

Riscos

O astrônomo Dave Tholen e colaboradores usaram o telescópio Subaru de 323 polegadas (8,2 metros) em Maunakea, Havaí, para fazer as observações mais recentes.

Esses astrônomos conseguiram atualizar o risco de impacto do Apophis na Terra, incluindo as medições mais recentes do efeito Yarkovski, que surge de um minúsculo impulso dado pela luz solar.

O novo trabalho de Tholen e colegas sugere que o Apophis fica à deriva mais de 500 pés (cerca de 170 metros) por ano de sua posição normal de sua órbita.

Tholen tem rastreado o movimento do Apophis no céu desde que ele e seus colegas o descobriram no Observatório Nacional de Kitt Peak perto de Tucson, Arizona, em 19 de junho de 2004. Ele comentou na declaração:

“Já sabemos há algum tempo que um impacto com a Terra não é possível durante a aproximação de 2029. As novas observações que obtivemos com o telescópio Subaru [em 2020] foram boas o suficiente para revelar a aceleração Yarkovsky de Apophis e mostram que o asteroide está se afastando de uma órbita puramente gravitacional em cerca de 170 metros por ano, o que é suficiente para manter a possibilidade (de choque) em 2068.”

E o impacto do corpo gigante seria o equivalente a 880 milhões de toneladas de TNT detonadas.

Essas observações não são fáceis. Fatores como a distância do asteroide no momento da observação, composição, forma e características de superfície afetam o resultado.

Mas os astrônomos estão se esforçando para entender a órbita do asteroide Apophis por causa de suas passagens próximas ao nosso planeta neste século e em outros.