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Iemanjá: a orixá que representa o feminino, o cuidado e a mãe de todos

Em vários lugares do Brasil, Iemanjá é celebrada em 2 de fevereiro. Ela é umas das orixás mais populares 

Bruna Lima

Dia 2 de fevereiro, dia de Iemanjá, a divindade que representa o feminino, a maternidade, a mãe de todos, a mãe que abraça. A reportagem pede licença para conhecer um pouco mais sobre a história dessa orixá. E são as filhas de Iemanjá que falam sobre o que ela representa, suas qualidades e ensinamentos.

A mãe de santo Ofálocy, da casa Ilê Axé Toy Azaká e Oxum, diz que Iemanjá é um dos orixás mais populares por estar presente nas novelas, nos filmes, nas músicas e entre outras peças de arte. Diante disso, ela carrega todo um glamour e uma beleza própria. "O que a gente percebe é que todo mundo quer ser filha de Iemanjá em decorrência de toda essa visibilidade que tem em torno dela”, completa mãe Ofálocy.

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Dentro da religião de tambor de mina, a qual a mãe Ofálocy faz parte, os dois santos de cabeça são Oxalá e Iemanjá, que são pai e mãe de cabeça. E ser de iemanjá significa ser uma pessoa com qualidades doces, mas que também podem assumir posturas firmes e turbulentas, assim como o mar. O mar tem dias calmos e dias agitados e Iemanjá é representada por esse elementos da natureza, por isso é conhecida como a rainha do mar.

"Muita gente acaba associando que as filhas de Iemanjá representam apenas as fortes características do ser feminino, como o de mãe, o de cuidar. Sempre acham que são pessoas calmas e aquela figura boazinha. Mas é importante lembrar que o mar tem dias calmos e dias agitados e assim é Iemanjá. tem dias que ela sai levando tudo”, pontua a mãe.

Ser filha de Iemanjá representa muita responsabilidade, pois tem um misto de sentimentos. A mãe Ofálocy se emociona ao falar de Iemanjá, pois por meio de sua orixá ela consegue esclarecer muitos caminhos. “ Ser filha de Iemanjá faz com que nunca estejamos sós, pois nos sentimos perto de nossa mãe”, acrescenta.

O 2 de fevereiro é conhecido nacionalmente como o dia de Iemanjá e no sincretismo religioso é celebrado o dia de Nossa Senhora das Candeias. E aqui na região norte, Iemanjá também é comemorado no dia 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição.

"Ela vem duplamente, ela é isso. E falar da minha santa sempre me emociona, pois eu nasci sendo dela e isso tem um grande significado na minha vida. Eu não precisei do jogo de búzios para saber que eu era filha dela. Antes do jogo confirmar eu já sabia”, destaca a mãe de santo.

Redescoberta

Isadora Rodrigues, 28, é filha de Iemanjá e diz que é uma dádiva ser escolhida como filha da divindade. Ela diz que sempre compara Iemanjá ao mar, pois sempre que está diante das águas salgadas sente uma emoção diferente. “Como filha dela sou como o mar, momentos muito calma, tranquila e serena e momentos agitada”, destaca Isadora.

Isadora é de uma família que nasceu na igreja evangélica, mas no seu íntimo ela diz que sempre sentiu algo diferente. Há três anos, ela passou a fazer parte da religião do tambor de mina, originária do Maranhão.

"Eu sempre fui da igreja evangélica, mas há três anos uma pessoa da minha convivência me convidou a participar de uma roda. Como era uma pessoa da minha confiança, eu aceitei. A partir dali comecei a me interessar e desenvolver a minha espiritualidade”, destaca a filha de Iemanjá.

Um dos fatores que levou Isadora a procurar a religião foi o seu grau de mediunidade. “Eu sempre tive visões, escutava e chegou um momento da minha vida, já na fase adulta que fiquei com vontade de saber mais sobre tudo isso que acontecia”, acrescenta a jovem.

Isadora esclarece que seu processo de fusão de troca de religião durou em torno de seis meses. “Foi um processo de encontro e redescoberta, pois não é algo fácil. Mas eu me encontrei e estou feliz”, pontua Isadora.

Ao falar de Iemanjá, a jovem se emociona. Ela diz que é uma sensação de como tudo dentro de si se enchesse de alegria e euforia. “É como se o meu coração ficasse cheio, eu sinto vontade de chorar de emoção”, completa.

Isadora diz que nacionalmente as pessoas celebram Iemanjá no 2 de fevereiro, mesma data de Nossa Senhora das Candeias. “Mas Iemanjá a gente cultua todos os dias por meio de nossas atitudes, da nossa postura, da nossa integridade, das nossas palavras. Não é só sobre o dia 2 de fevereiro, é sobre todos os dias zelar por aquilo que carregamos dentro da gente”, destaca.

Neste dia de Iemanjá, a casa Ilê Axé Toy Azaká e Oxum, vai saudar a rainha de mar com uma grande festa, na passagem Vilhena, no bairro da Terra-Firme.

Iemanjá

O nome Iemanjá é um aportuguesamento de uma expressão em iorubá que se referia a essa orixá. A expressão era “Yêyé omo ejá”, traduzida como “mãe cujos filhos são peixes”, numa demonstração da relação desse orixá com a água.

O culto a Iemanjá foi trazido ao Brasil durante a colonização, com a escravização dos africanos, e aqui se adaptou por meio do sincretismo religioso. Passou a ser relacionada com Iara e representada, por muitos, como uma sereia, além de se relacionar com a Virgem Maria e outras santas no catolicismo.

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