Ministério da Saúde diz que nenhuma dose de vacina vencida é repassada aos estados

A divulgação da informação foi motivada pela matéria do jornal Folha de S.Paulo que disse que cerca de 26 mil doses de vacinas da Astrazeneca teriam sido aplicadas após o vencimento em 1.532 municípios

Agência Brasil

O Ministério da Saúde (MS) informou nesta sexta (2), em Brasília, que nenhuma dose vencida de vacina contra a covid-19 é repassada aos estados nem ao Distrito Federal. Acrescentou que o prazo de validade dos imunizantes é rigorosamente acompanhado desde o recebimento até a distribuição. 

A divulgação da informação foi motivada pela publicação de uma matéria do jornal Folha de S.Paulo. Segundo a publicação, cerca de 26 mil doses de vacinas da Astrazeneca teriam sido aplicadas após o vencimento em 1.532 municípios

Segundo o MS, os estados são orientados a distribuírem imediatamente os imunizantes recebidos, sendo obrigação dos gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS) fazer o armazenamento correto e a aplicação das doses dentro do prazo de validade. 

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Vacina AstraZeneca fora da validade foi aplicada em 2.673 pessoas em Belém, até dia 19 de junho

Divergências no preenchimento de dados


Em nota, a prefeitura de Maringá (PR), apontada pela reportagem como o município que mais teria aplicado doses vencidas, afirmou que nenhuma dose fora da validade foi usada. Segundo o secretário de Saúde, Marcelo Puzzi, há divergências no preenchimento de dados no sistema eletrônico do SUS. 

“O lançamento no Sistema Conect SUS está diferente do dia da aplicação da dose. Isso porque, no começo da vacinação, a transferência de dados demorava a chegar no Ministério da Saúde, levando até dois meses. Portanto, os lotes elencados são do início da vacinação e foram aplicados antes da data do vencimento. Concluindo, não houve vacinação de doses vencidas em Maringá e sim erro no sistema do SUS”, explicou. 

A Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal também disse que é improcedente a informação sobre aplicação de vacinas vencidas. 

“Ocorre que nem sempre a vacina aplicada é registrada no sistema do Ministério da Saúde na mesma data em que foi administrada no paciente. Caso o digitador não altere esta data de aplicação na hora de fazer o registro no sistema, corre-se o risco de a vacina ser registrada como uma aplicação fora do prazo de validade”, afirmou a secretaria. 

A secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro declarou que recebeu do Ministério da Saúde todos os lotes de vacinas dentro do prazo de validade. Informou, também, que está verificando se houve aplicações de doses vencidas. 

Segundo o Ministério da Saúde, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 (PNO) orienta que doses aplicadas fora do prazo de validade não podem ser consideradas para imunização, sendo recomendado recomeçar o ciclo vacinal, respeitando intervalo de 28 dias entre as doses. 

Fiocruz 


Em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que os lotes que estariam com prazo de validade expirado não foram feitos no Brasil. O órgão pertence ao Ministério da Saúde e é responsável pela produção nacional dos imunizantes da AstraZeneca contra a covid-19.

Segundo a Fiocruz, os lotes sob suspeita foram importados da Índia e são do tipo do imunizante da AstraZeneca chamado de Covishield. Os demais carregamentos foram enviados pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS).

“Todas as doses das vacinas importadas da Índia (Covishield) foram entregues pela Fiocruz em janeiro e fevereiro dentro do prazo de validade e em concordância com o MS [Ministério da Saúde], de modo a viabilizar a antecipação da implementação do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, diante da situação de pandemia. A Fiocruz está apoiando o PNI [Programa Nacional de Imunização] na busca de informações junto ao fabricante, na Índia, para subsidiar as orientações a serem dadas pelo programa àqueles que tiverem tomado a vacina vencida”, informou a Fiocruz.

Como conferir quais foram os lotes vencidos


A AstraZeneca é a vacina mais usada no Brasil. Ela responde por 57% das doses aplicadas neste ano. A maioria foi utilizada de acordo com as orientações do fabricante.

Todos os imunizantes espirados integram oito lotes da AstraZeneca importados ou adquiridos por consórcio. Um deles passou da validade 29 de março. O que venceu há menos tempo estava válido até 4 de junho.

O lote pode ser conferido na carteira individual de vacinação. Quem tiver recebido uma dose de um dos lotes abaixo (veja a lista) deve procurar uma unidade de saúde para orientações e acompanhamento:

Número do lote e vencimento:

Lote 4120Z001 - vencido em 29 de março

Lote 4120Z004 - vencido em 13 de abril

Lote 4120Z005 - vencido em 14 de abril

Lote CTMAV501 - vencido em 30 de abril

Lote CTMAV505 - vencido em 31 de maio

Lote CTMAV506 - vencido em 31 de maio

Lote CTMAV520 - vencido em 31 de maio

Lote 4120Z025 - vencido em 4 de junho

O que fazer?


- Se você tomou a vacina da AstraZeneca de um dos lotes  após a data de vencimento, procure um posto de saúde com a carteira de vacinação. Faça o registro do erro vacinal e receba as orientações;

- Quem tomou vacina com prazo vencido precisa se revacinar pelo menos 28 dias após de ter recebido a dose;

- Especialistas dizem que lotes vencidos da vacina Oxford / AstraZeneca não oferecem riscos à saúde, mas é preciso se revacinar;

- A vacina não tem o efeito esperado. É como se você não estivesse vacinado.

Municípios paraenses citados em reportagem da Folha


Municípios e doses vencidas supostamente aplicadas:

Belém - 2.673
Itaituba - 267
Curionópolis - 60
Piçarra - 51
Santarém - 40
Bagre - 37
Novo Repartimento - 19
Irituia - 19
Xinguara - 18
Ponta de Pedras - 16
Soure - 14
Tucumã - 14
Jacareanga - 13
Altamira - 12
Conceição do Araguaia - 9
Breves - 8
Breu Branco - 8
Gurupá - 8
Capitão Poço - 7
Nova Ipixuna - 7
Dom Eliseu - 6
Muaná - 6
Parauapebas - 6
Abaetetuba - 5
Igarape-açu - 5
Portel - 5
Belterra - 4
Cumaru do Norte - 4
Gurupá - 3
Monte Alegre - 3
Rondon do Pará - 3
Floresta do Araguaia - 3
Bragança - 3
Eldorado dos Carajás - 2
Anajás - 2
Curralinho - 2
Porto de Moz - 2
Baião - 2
Mocajuba - 2
Cametá - 1
Santo Antônio do Tauá - 1
Cachoeira do Arari - 1
Ourilândia do Norte - 1
São Domingos do Araguaia - 1
Curuá - 1
Alenquer - 1
Marabá - 1
Sapucaia - 1
Melgaço - 1
Trairão - 1
Igarapé-Miri - 1
Faro - 1
Santa Maria das Barreiras - 1
Aurora do Pará -1
Oriximiná - 1
Tracuateua - 1
Rio Maria - 1
Jacundá - 1
São Sebastião da Boa Vista - 1
Mojuí dos Campos - 1
Garrafão do Norte - 1
Ipixuna do Pará - 1

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