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Mulher que teve intestino perfurado durante o parto continua em estado gravíssimo

Secretaria de Saúde cita números e afirma que o Hospital Materno Infantil de Marabá trabalha no limite

Tay Marquioro

Ainda é considerado gravíssimo o estado de saúde da jovem Tereza Nunes de Castro, de 23 anos. Ela teve o intestino perfurado durante o parto do segundo filho, em outubro do ano passado, no Hospital Materno Infantil (HMI), em Marabá, sudeste do Estado. De acordo com a família da moça, os médicos estão pessimistas. “A pressão foi normalizada, mas ela teve febre de ontem para hoje (26). Os médicos também descobriram que os rins dela estão comprometidos. O abdômen também ainda está muito infeccionado e continua sangrando”, relatou a mãe da paciente, Regiane de Castro. Também durante o parto, o bebê teve o braço fraturado e se recupera em casa, aos cuidados da família. “Ele está bem. Essa semana, ele foi diagnosticado com uma anemia, mas que já estamos tratando”, contou a avó.

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Perguntada sobre qual a capacidade de realização de partos na casa de saúde, a secretária ressalta que o Hospital Materno Infantil menciona dados que preocupam. “Em um cenário ideal, nossa maternidade faria com tranquilidade 400 partos mensais. Mas a nossa realidade hoje é de cerca de 620 partos por mês”, afirma a secretária. “O HMI foi pensado para atender a demanda doméstica de Marabá, mas a falta de hospitais desse perfil na região faz com que gestantes de vários municípios venham procurar atendimento aqui. Atualmente, mais de 50%, 60% dos atendimentos que nós realizamos é de parturientes de outras cidades. Isto satura o hospital."

Ao analisar a estrutura da maternidade, Mônica ressalta que o Hospital Materno Infantil é o único com leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e UCE (Unidade de Cuidados Especiais) do interior do Pará. A secretária de Saúde também afirma que o HMI possui taxa de mortalidade de 1,83%, uma das menores do Estado, quando o índice considerado aceitável pelo Ministério da Saúde é de 2,6%. Mas ela reconhece que essa taxa poderia ser menor se as pacientes que chegam ao hospital tivessem um pré-natal completo. “A grande maioria vem até nós porque não conseguiu atendimento no município de origem, sem regulação ou exames básicos, como hemograma”, conclui Mônica, destacando que uma auditoria interna foi aberta para apurar o caso. Ainda de acordo com a secretária, Ministério Público Estadual e Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará também acompanham a situação, para os quais serão encaminhadas as conclusões da auditoria assim que esta for finalizada.

Marabá