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Marabá: Rio Tocantins chega a 10 metros e já há famílias desabrigadas

A Defesa Civil do município está retirando famílias de áreas alagadas e levando para casas de parentes ou para o abrigo público

Tay Marquioro

Bastaram três dias de chuva forte para que a cheia do Rio Tocantins produzisse as primeiras consequências em Marabá, no sudeste do Estado. Nesta sexta-feira (17), o volume das águas do rio subiu 10 metros acima do nível normal. Com isso, moradores de áreas alagadiças começaram a deixar suas casas ainda na noite de ontem, levando apenas o que podiam e como era possível, utilizando canoas, carroças ou os caminhões disponibilizados pela Defesa Civil municipal, Corpo de Bombeiros e Exército.

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Na Praça Paulo Maranhão, situada à entrada do núcleo Marabá Pioneira, foram montadas as primeiras instalações do abrigo municipal. No local, equipes da Secretaria Municipal de Obras estão a postos para receber as vítimas das enchentes e alagamentos. Segundo a prefeitura, nesse primeiro momento, o abrigo tem capacidade para receber até 40 famílias, mas, essa estrutura poderá ser ampliada e, inclusive, reforçada com a abertura de abrigos em outros pontos da cidade.

Um desses espaços é ocupado pela dona de casa Raquel Adriana. “Meu filho me tirou de casa porque foi tudo inundado. Me levaram para a casa de uma vizinha para dormir, pois estou operada, enquanto eles retiravam as coisas da nossa casa. Foi a Defesa Civil quem trouxe tudo. Eu só vim hoje para o abrigo, mas esperando ajuda de quem possa fazer algo por nós”, lamenta a moradora. “O que não dá é para ficar no meio da água com criança, no relento. A água chegou à altura da cintura, mas hoje já baixou. Só que ainda não dá para voltar para casa, pois, a qualquer momento pode vir mais chuva e a gente precisar sair às pressas de novo”.

O autônomo Julimar Feitosa é morador do bairro Santa Rosa e já amanheceu tirando os móveis de casa. Para ele, o transtorno causado pela enchente poderia ser minimizado se houvesse conscientização dos próprios munícipes. “O que eu percebo é que as equipes da prefeitura vêm e limpam os canais, mas, a população ainda não entende que não pode jogar lixo em qualquer lugar. Se os bueiros não estiverem desobstruídos, a água não tem para onde escoar, vai alagar tudo mesmo”, lamentou.

O coordenador da Defesa Civil municipal, Marcos Andrade, afirma que o trabalho do órgão foi intensificado nos últimos dias. “As últimas chuvas somaram cerca de 153 milímetros, que é um volume de água expressivo. Mas já temos um plano de emergência traçado, que inclui o mapeamento de áreas onde há 186 famílias sob risco de ficarem desabrigadas”, detalha. “Para o atendimento dessas pessoas, o município conta com o apoio do Corpo de Bombeiros e do Exército, especialmente no trabalho de retirada dessas famílias e encaminhamento para a casa de parentes ou amigos que possam oferecer abrigo”, conclui.

Para comunicação de emergências, a Defesa Civil municipal disponibilizou o telefone (94) 99173-7173.

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