Afundamento de ponte preocupa autoridades em Marabá
Dnit alterou o tráfego na ponte até que os riscos sejam analisados e eventuais correções sejam feitas
Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estão em Marabá, sudeste do Estado, realizando serviços preventivos na ponte sobre o Rio Itacaiúnas, principal ligação entre os núcleos Nova Marabá e Cidade Nova. O órgão identificou o surgimento de rachaduras consideráveis ao longo da estrutura e especialistas do Departamento reconhecem que o afundamento da ponte foi maior do que o previsto.
Esse movimento de flexão é considerado normal e previsto nos cálculos de curvatura que podem acontecer neste tipo de ponte. No entanto, essas deformações precisam estar dentro de limites seguros. E, por isso, a estrutura vem passando por uma vistoria detalhada, conforme informou o Dnit em nota à imprensa. "As análises técnicas devem ocorrer ao longo das próximas duas semanas, podendo ser estendidas, caso a equipe verifique a necessidade de aprofundamento ou eventuais intervenções estruturais adicionais", diz a nota.
A ponte fica na BR-230, a Transamazônica. Devido ao intenso fluxo de veículos no trecho, uma das primeiras medidas tomadas pelo Dnit ainda na semana passada foi uma mudança no tráfego. "Hoje, nós estamos próximo à ponte realizando uma blitz de orientação aos usuários da rodovia. Para falar sobre essa sinalização e as mudanças no tráfego implantadas na ponte. Porque um lado dela, só está liberado exclusivamente para travessia de veículos leves", explicou Glícia Favacho, do setor de Comunicação do Dnit.
O Ministério Público Federal (MPF) anunciou ontem (24), a abertura de procedimento para acompanhar a fiscalização das providências adotadas no monitoramento das condições da ponte. O documento reúne uma série de indícios que apontam para um possível “afundamento” da ponte. "Isso exigiu de nós uma atuação preventiva", analisou a procuradora da república, Isadora Carvalho. "Porque a gente não pode esperar o pior acontecer, já que a gente está lidando com vidas. Então a gente precisa de informações técnicas e, a partir daí, se for o caso, avaliar se há risco de ruptura, se é parcial, se é total... se for esse o caso, cobrar um plano de contingência, acompanhar a interdição, atuar na ação coordenada dos órgãos. Tudo para garantir a segurança do tráfego para todos que necessitam passar pelo local", disse.
O MPF também enviou ofício ao Dnit, solicitando informações, como "a origem e a natureza da eventual falha estrutural ou indício de risco que motivou a avaliação técnica, as providências que estão sendo implementadas e a previsão de encerramento dos trabalhos, além da previsão para a conclusão do relatório com os resultados preliminares das avaliações".
O Ministério Público Federal determinou ainda que o Dnit forneça, ao final dos trabalhos, o relatório técnico informando expressamente se há risco iminente de ruptura e se há um plano de contingência.
À Defesa Civil de Marabá, o MPF solicitou informações sobre as providências de prevenção e redução de impactos e questionou se existe preparação para emergências ou um plano de contingência, caso as restrições causem impacto significativo na segurança pública ou nas rotas de emergência da região.
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