Alunos do ensino médio protestam por melhorias em escola de Marabá
Nesta terça-feira (26), dezenas de estudantes utilizaram carteiras escolares e pneus para bloquear a Avenida VP8, uma das maiores da cidade
Alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Pequeno Príncipe, em Marabá, sudeste do Estado, protestaram hoje (26) por melhorias na estrutura do prédio anexo da unidade de ensino, localizado na Folha 26, núcleo Nova Marabá. Dezenas de estudantes utilizaram carteiras escolares e pneus para bloquear a Avenida VP8, uma das maiores da cidade, a fim de chamar atenção da Secretaria da Estado de Educação (Seduc) para os problemas que a comunidade escolar enfrenta para manter as atividades no imóvel.
O prédio que abriga cerca de 280 alunos era o local onde antes funcionava uma escola de educação infantil, cujas salas de aulas recebiam, no máximo, 20 alunos. De acordo com a professora Heidiany Moreno, que leciona na escola há 13 anos, na configuração atual, há oito turmas em que cada sala recebe cerca de 35 alunos adolescentes. “Nós viemos para cá com a promessa de que haverá uma reforma, quem sabe até construção de um novo prédio, mas até hoje a Seduc nunca respondeu. Com o passar do tempo e a falta de reparos, a situação está ficando ainda pior”, afirma. “Todas as salas têm goteiras, chão desgastado, com buracos mesmo, banheiros sem descarga, sem uma secretaria decente, fora outros problemas que atrapalham e muito o nosso trabalho, como falta de uma biblioteca ou internet, por exemplo”.
Outro problema é em relação à segurança e acesso de terceiros ao espaço da escola. A unidade de ensino funciona sem nenhum agente de portaria e, sem servidor nesta função, vários alunos relataram não se sentirem seguros. Na última semana, uma pessoa não identificada entrou sem dificuldades na unidade de ensino. “Acreditamos que se tratava de um dependente químico. Foi necessário que um professor retirasse o invasor porque não temos agente de portaria”, detalhou Heidiany, ressaltando que todos os pontos de reivindicação já foram comunicados à exaustão à 4ª Unidade Regional de Ensino (URE).
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Nas dependências da escola, os problemas são flagrantes. As centrais de ar condicionado foram adquiridas graças à mobilização de servidores e alunos, mas as instalações do prédio não suportam a sobrecarga gerada pelos equipamentos. Como resultado, os aparelhos não resfriam o ambiente e as quedas de energia são frequentes. Forros de pvc também estão se desprendendo do teto e já apresentam um risco eminente para a comunidade escolar. Em um dos banheiros, um cabo USB foi improvisado na descarga. Até o piso em várias salas está cheio de buracos.
“Quando chove, pinga mais dentro do que fora da sala de aula. Alguns colegas tiveram que acompanhar as aulas usando 'sombrinha' dentro da sala, para proteger o caderno. É tudo força de vontade para não deixar de estudar”, conta uma estudante do 3º Ano. “A gente não tem um laboratório de informática e até para fazer os trabalhos que os professores pedem em sala é difícil, porque falta material. A gente vai à secretaria, pede por materiais, mas nunca tem”, relata outro estudante.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Seduc e ainda aguarda um posicionamento sobre a situação da escola.
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