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Boatos sobre o coronavírus causam medo e desinformação; confira alguns deles

Entre as fake news estão máscaras contaminadas, estoque de remédios e respiradores superfaturados

Victor Furtado

Durante a pandemia do novo coronavírus tem sido comum a circulação de notícias falsas ou incompletas sobre o vírus, a covid-19 ou as medidas tomadas para frear a doença no Pará. A divulgação ou compartilhamento das fake news, além de ser um desserviço para a sociedade, pode, inclusive, resultar em sanções penais.

Veja alguns dos boatos que circulam sobre o novo coronavírus.

Remédios estão estocados num depósito

Durante toda a semana passada, circulou o boato de que o Governo do Estado havia retido, em um galpão da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), toneladas de azitromicina e hidroxicloroquina. A publicação responsabilizava o Estado pela falta desses medicamentos nas farmácias.

A Sespa afirmou que a informação é falsa. Os medicamentos eram para estoque próprio dos hospitais, para atender aos pacientes. O governo não tem ingerência direta sobre as redes de farmácias, que são negócios privados. Cabe lembrar que a falta se deve a muitas pessoas terem adquirido esses medicamentos e em grandes quantidades previamente. Isso prejudicou o acesso de algumas pessoas no momento em que se necessita e até atrapalhou tratamentos de quem dependia desses medicamentos para outras doenças.

Respiradores do Estado custaram o dobro que outros locais

Além da informação de que a compra de respiradores vindos da China seria cancelada, durante toda a semana circula a notícia falsa de que os equipamentos comprados pelo Governo do Estado do Pará custaram o dobro de outros estados. Na montagem, havia a comparação de que o Distrito Federal comprou 747 respiradores por R$ 43,9 milhões. E o Pará 400 por R$ 100 milhões.

A Sespa afirmou que R$ 100 milhões não foram apenas para respiradores, mas kits completos de UTI, que contêm 400 respiradores, 400 monitores multiparamétricos, 400 oxímetros de pulso e 1,6 mil bombas de infusão. Metade dessa compra tinha chegada prevista para este domingo (3). Em vídeo, o titular da Sespa, Alberto Beltrame explicou que o comparativo de compras é desonesto, pois algumas compras foram para modelos de respirador mais simples e equipamentos diversos, como suporte de ventilação. O secretário inclusive criticou como o mercado vem se comportando na venda desses equipamentos, no que ele chamou de "leilão".

Asmáticos são imunes à covid-19

Alguns boatos são extremamente perigosos porque podem induzir a erro e expor pessoas a um risco gravíssimo. Um absurdo que vem circulando diz que pessoas com asma, segundo uma pesquisa feita no Estados Unidos, são imunes à covid-19. O problema já começa com o fato de não haver qualquer fonte segura sobre isso.

A Sespa desmente essa informação. E reforça: pessoas com asma são do grupo de risco da covid-19, que é uma grave doença respiratória. Para quem já sofre de transtornos respiratórios, a letalidade e potencial de gravidade da doença causada pelo coronavírus sars-cov-2 é muito superior. Logo, quem tem asma, está ou já teve pneumonia, bronquite e outros problemas no sistema respiratório, precisa se precaver ainda mais para não contrair covid-19.

Máscaras distribuídas pelo governo vêm da China e estão contaminadas com vírus

Desde que os poderes públicos do Brasil, estaduais e municipais, começaram a distribuir máscaras para a população, esse bosto surgiu. No Pará, não foi diferente. A informação falsa dizia que as pessoas não deveriam aceitar máscaras dadas pelo governo, pois eram da China e estavam contaminadas. Coisas absurdas demais pra se entender como alguém acredita.

Não importa de onde venham: toda máscara de tecido deve ser higienizada antes do primeiro uso: lavar com sabão, escaldar em água fervendo e então secar, de preferência com ferro de passar roupa. Esses acessórios podem ser reutilizados várias vezes, contanto que higienizados após duas horas de uso. Muitas máscaras doadas pelo Estado e municípios inclusive são uma forma de garantir renda a cooperativas de costureiras e feitas sob encomenda, dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde.

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