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Como está a sua produtividade?

Procrastinação pode estar relacionada a problemas emocionais e fisiológicos

Carolina Gantuss | Especial para O Liberal

Você é do tipo que deixa tudo para depois e muitas vezes para o outro dia? E quando o amanhã chega, você continua adiando e assim por diante? Então, saiba que esse ato tem um nome: procrastinação. Tarefas e compromissos não priorizados podem implicar em perdas de oportunidades e prejudicar a produtividade.

Para Vanessa Racf, mentora de produtividade e alta performance, a procrastinação está associada a um fator físico e psicológico. “Diferente do que muitas pessoas acreditam, procrastinação não é causa. Pelo contrário, procrastinação é um sintoma. Fazendo uma analogia simples, imagina que você está com a garganta inflamada e com febre. A procrastinação é a febre. É o sinal (sintoma) que seu corpo mostra que algo não está bem e existe uma inflamação”, comenta Vanessa.

A profissional associa a procrastinação a uma falta de habilidade emocional em lidar com aquilo que se está deixando para depois, “seja por medo do fracasso/frustração, excesso de informações, falta de capacidade de ação (disciplina), falta de maturidade e até mesmo falta de energia para realizar as atividades que se propôs, e aqui entra um fator importante que é o sono restaurador e a saúde”.

 

A conduta pode afetar uma em cada cinco pessoas e o comportamento precisa ser combatido e tratado. Na esfera psicológica, a procrastinação pode estar ligada a distúrbios como ansiedade e autoestima. O medo de reprovação pode ser o causador do ato de adiar a realização de tarefas.

Já quando se trata da esfera fisiológica, o problema está relacionado ao cérebro, mais precisamente ao córtex pré-frontal. Se há algo incomum com essa área, como uma lesão, por exemplo, o indivíduo pode sofrer mais com as distrações externas. Isso ocorre porque o córtex pré-frontal é responsável, entre outras aspectos, pelo controle dos impulsos e determinação do foco.

Como reflexo disso, as relações interpessoais podem ser seriamente afetadas, fazendo com que a pessoa que procrastina corra o risco de ficar mal vista na empresa, no mercado de trabalho ou ainda em relacionamentos com amigos ou familiares, por exemplo. Conforme as demandas vão se acumulando, o que parecia ser normal começa a trazer emoções negativas à tona, como frustração, incapacidade e insegurança, influenciando diretamente na saúde e qualidade de vida. Os sentimentos de angústia e ansiedade podem ocasionar quadros de depressão, além de outras doenças mais graves.

Segundo a mentora, a procrastinação está muito atrelada ao tempo. “Por exemplo, você tinha um trabalho para entregar em um mês. Poderia fazê-lo com calma, mas procrastinou e faltando uma semana para o fim do prazo, você acelera porque se não cumprir sabe que sofrerá consequências”, afirma.

Vanessa mentora explica que há um outro tipo de procrastinação, sendo essa a mais perigosa, porque não tem um prazo específico, mas as tarefas estão relacionadas a áreas como saúde, finanças, relacionamento. “Não tem uma data certa para você sentir os prejuízos se você procrastinar: fazer atividade física, comer de forma saudável e evitar industrializados, priorizar um tempo de qualidade com o cônjuge toda semana. Você não percebe rápido, não tem nenhum monstro do pânico gritando no seu ouvido: o tempo está passando”, comenta.

Essa procrastinação só começa a apresentar consequências quando já passou muito tempo e os excessos passam a ser visíveis. “Quando você chega em dezembro e percebe os quilos a mais na balança, a dificuldade em realizar atividades como subir escadas, por exemplo”, completa Vanessa.

Lidar com alguém procrastinador é ter consciência de que isso não está sob o controle dele. “A melhor forma de lidar com uma pessoa que procrastina é mostrando o impacto de uma vida com mais leveza e resultados exponenciais porque você é disciplinado, organizado e tem autocontrole. Faça um planejamento levando em consideração seus papéis, prioridades e objetivos”, finaliza Vanessa.

A seguir, algumas dicas de como parar de procrastinar.

Com pequenas atitudes, tente aos poucos parar de adiar compromissos e atividades.

Tome gerência de suas próprias emoções. Se você não está dando conta de todas as suas tarefas, pare e pense no que tem feito de errado. Provavelmente, além da má administração do seu tempo, as suas emoções também devem estar afetando a sua rotina.

Nomeie o problema: é mesmo procrastinação? O fato de não conseguir cumprir os prazos e acabar deixando sempre algo para depois não significa que seja sempre procrastinação. Às vezes a sua demanda é muito maior do que deveria e fica impossível dar conta de tudo.

Pratique a procrastinação “estruturada”. O conceito consiste em organizar a tarefa mais urgente e temerosa no topo da sua lista de afazeres. As demais, que são importantes, mas que também podem esperar, ficam logo abaixo. A lógica dessa prática é explicada porque procrastinadores costumam deixar a primeira tarefa para depois.

Evite repreender suas falhas. Se algo não saiu conforme o esperado, procure entender o que você fez e corrija para não acontecer de novo, sem a necessidade de se auto cobrar e martirizar.

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