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FAEPA reforça protagonismo do agro brasileiro na COP30 e endossa recomendações da CNA

Documento reúne recomendações estratégicas do setor, com foco especial na região amazônica

Paloma Lobato

O setor agropecuário brasileiro deu mais um passo na construção de uma agenda sustentável para as mudanças climáticas. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou o documento “Agropecuária Brasileira na COP30”, que apresenta o posicionamento do agro nacional para a 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém.

O documento reúne recomendações estratégicas do setor, com foco especial na região amazônica, e servirá de referência para negociadores, autoridades e produtores rurais, contribuindo para os debates e decisões que serão conduzidos durante a Conferência.

Entre as diretrizes apresentadas, a CNA defende o reconhecimento dos produtores rurais como agentes fundamentais na implementação de soluções climáticas, essenciais para o cumprimento das metas brasileiras e globais. O texto também reforça a importância de valorizar as particularidades da agricultura tropical e de garantir recursos adequados para as ações de mitigação e adaptação, de modo que o agro possa exercer plenamente seu papel na agenda ambiental.

O consultor do Sistema FAEPA/SENAR do Comitê COP 30, Hildegardo Nunes, destaca que a instituição exerce um papel fundamental na busca por uma produção mais sustentável e alinhada às metas climáticas globais, gerando renda e preservando o meio ambiente.

"O desafio é combinar a proteção do meio ambiente com o direito ao desenvolvimento. Nesse sentido, promover atividades produtivas sustentáveis, como a agropecuária responsável, não é apenas uma questão econômica: é uma ferramenta de inclusão social e resiliência climática. Quando bem conduzidas, essas atividades são capazes de tirar famílias da extrema pobreza, gerar renda digna e, simultaneamente, tornar essas comunidades mais resilientes às mudanças do clima, criando um ciclo virtuoso de desenvolvimento com preservação", ressalta.

Recomendações do agro para a Amazônia na COP30

O documento da CNA apresenta nove pontos cruciais para a região Amazônica, visando alinhar a produção sustentável à agenda climática global. Confira:

1 - Reconhecer o direito à produção agropecuária sustentável na Amazônia como parte inseparável da agenda climática, combatendo a estigmatização dos agricultores locais;

2 - Acelerar a regularização fundiária e ambiental como condição básica para promover a segurança jurídica, garantir acesso a crédito e estimular investimentos produtivos;

3 - Reforçar a segurança alimentar regional, incentivando a produção local de alimentos;

4 - Combater o desmatamento ilegal por meio de incentivos econômicos eficientes, garantindo a sustentabilidade produtiva da região;

5 - Criar linhas de crédito rural e financiamento climático específicas para produtores amazônicos, com juros diferenciados e prazos adequados, apoiando sistemas integrados de produção, recuperação de pastagens e reflorestamento produtivo;

6 - Transformar a bioeconomia alimentar em vetor de renda e inovação, baseada em ciência, tecnologia, domesticação e agregação de valor;

7 - Afirmar a soberania nacional sobre o território e apoiar o combate à violência e ao crime organizado, reconhecendo que não há floresta protegida ou ação climática efetiva sem ordem e segurança no território;

8 - Investir em integração logística e energia limpa na região, reduzindo custos de transporte, aumentando a conectividade e criando condições para atrair investimentos sustentáveis;

9 - Valorizar a contribuição do agricultor amazônico na transição climática global, reconhecendo que produção de alimentos, conservação florestal e segurança alimentar devem caminhar de mãos dadas.

“A FAEPA chega à COP30 com a expectativa de consolidar o protagonismo do agro paraense e brasileiro na agenda global de sustentabilidade, mostrando que produção de alimentos e preservação ambiental caminham lado a lado. No espaço da Agrizone, a Federação pretende demonstrar, por meio de projetos, tecnologias e iniciativas inovadoras, como sistemas integrados de produção, agroflorestas, recuperação de áreas degradadas e biocombustíveis, que o Pará é referência em produção responsável”, finaliza Hildegardo Nunes.