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Setor florestal incentiva consumo consciente de produtos madeireiros

Indústrias adotam práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva da madeira, garantindo proteção do meio ambiente e desenvolvimento socioeconômico

Fabrício Queiroz

O perfil dos consumidores e do mercado tem passado por uma grande mudança cultural nas últimas décadas. Com o alerta sobre os perigos das mudanças climáticas e o maior conhecimento sobre o risco da perda de biodiversidade no planeta, a discussão sobre o consumo consciente, isto é, a reflexão sobre os impactos ambientais, sociais e econômicos que algumas atividades provocam se tornou mais relevante na sociedade.

Nesse contexto, o setor florestal vem se reconfigurando a essa nova realidade, sendo um promotor de sustentabilidade na Amazônia. Um exemplo disso é que a suposta relação entre o desmatamento e a indústria madeireira não encontra embasamento nas atividades desenvolvidas pelas empresas paraenses, como explica Carla Moraes, que é engenheira florestal, mestre em Ciências Florestais e membro da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex).

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“O madeireiro é a pessoa que tem mais interesse na preservação dessa área porque é de lá que ele tira o seu sustento. A madeira é a matéria-prima para o seu uso, então ele que promove mais sustentabilidade nesse quesito. Quando a gente cria e faz um plano de manejo sustentável, isso tem um impacto muito positivo para o meio ambiente porque eu estou preservando aquela madeira em pé”, afirma.

Para isso, as indústrias madeireiras adotam como prática o manejo florestal sustentável, que é uma estratégia de uso racional dos recursos naturais implementada tanto em áreas privadas quanto em florestas públicas por meio de concessão. Nesses locais, a exploração é planejada e uma quantidade mínima de vegetais é retirada, respeitando o ciclo de vida das árvores e a preservação dos recursos a longo prazo.

Carla Moraes esclarece que esse é o pano de fundo da atuação das indústrias madeireiras, que contribuem para a verticalização da madeira e a maior geração de empregos e renda na região. Aliado a isso, as empresas adotam medidas que garantem a rastreabilidade e atestam a legalidade de toda a cadeia produtiva, alinhando todo o setor produtivo às demandas do consumo consciente.

“Dentro da indústria, a gente já trabalha com procedimentos de cadeia de custódia que faz a rastreabilidade dessa madeira desde o projeto até a entrega final desse produto. São diversas etapas que são feitas dentro desse processo de compra e venda de madeira. Isso é feito internamente através de due diligence da própria companhia ou é feito por um terceiro, que avalia se estão sendo verificados os critérios de legalidade tanto ambiental, quanto trabalhista e social”, explica a engenheira florestal.


Na prática, todos esses procedimentos tem como principal beneficiária a sociedade, que hoje possui ferramentas para diferenciar os negócios sustentáveis daqueles responsáveis por degradação ambiental. Entre elas estão os selos FSC (Forest Stewardship Council), PEFC (Programa para o Mútuo Reconhecimento de Sistemas de Certificação Florestal), Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal) e o Legal Source, que podem ser facilmente identificados visualmente em produtos como pisos, decks, móveis, laminados, aglomerados e outros.

“Muitos produtos utilizam o QR Code, que você pode escanear e localizar a origem da tora. Se não identificou isso no produto, pode perguntar para a loja de onde ele comprou. Hoje, com uma simples pesquisa na internet você consegue identificar. As empresas tem websites que elas divulgam as suas características verdes e você consegue fazer essa avaliação da empresa que está fornecendo aquele material”, orienta Carla Moraes, ressaltando a importância do papel do consumidor no fomento às atividades legais.

“O consumidor final é o principal dentro de toda essa estrutura porque ele que dita o mercado, de acordo com o que ele compra. Se ele se torna um comprador ativo, consciente de que ele precisa comprar algo que não gera impacto ambiental, que não gera ações depredatórias dentro da floresta, ele faz com que os fornecedores se tornem legais para poder fazer essa venda”, pontua.

Essa e outras iniciativas são marca das indústrias associadas à Aimex, que se propõe a atuar tanto na defesa dos interesses do setor florestal quanto na divulgação de melhores práticas socioambientais. Para conhecer mais sobre o trabalho das indústrias madeireiras pelo desenvolvimento da Amazônia, clique aqui.

Aimex