MENU

BUSCA

Ricardo Gluck Paul: 'Se chegarmos a oito mil sócios-torcedores, vamos entregar o acesso'

Presidente do Paysandu concedeu entrevista exclusiva para OLiberal.com

Nilson Cortinhas

O empresário Ricardo Gluck Paul preside o Paysandu Sport Club, que está pressionado a levantar títulos em 2020. O Paysandu está há dois anos sem saborear um título estadual e observa a sua condição de maior vencedor da competição ameaçada pelo Remo. Contudo, Gluck Paul afirma que a pressão maior é interna. Ricardo Gluck Paul avalia a equipe que iniciará o Campeonato Paraense, aponta virtudes e defeitos, comenta sobre a profissionalização da direção do Papão e lança um desafio para a torcida bicolor.   

P - O Paysandu é o maior campeão estadual, mas tem a hegemonia ameaçada nesse campeonato pelo Remo. Essa situação traz uma obrigação a mais para o time em 2020?

R - O Paysandu tem 47 títulos. O Remo tem 46. Se ganharem mais um campeonato, empatam em número absoluto. Mas não ameaça a hegemonia, porque o Remo tem 10 anos a mais que o Paysandu. Se fizermos uma obervação proporcional, que é o correto, veremos que a hegemonia está até um pouco distante de ser batida. Se abrirmos aos títulos regionais e nacionais, não tem comparação. Não é isso que nos pressiona a ganhar o campeonato. A nossa pressão interna é maior. É uma cobrança nossa, enquanto diretores e presidência. É uma cobrança do torcedor. E tem uma coisa diferente: não ficamos mirando no Remo. O Remo tem a história dele. E nós temos a nossa. Agora, interessa é o seguinte: estamos há dois anos sem ganhar o Estadual e há um ano sem ganhar título. Esses dados nos pressionam mais que qualquer outra coisa.  

P - O que consideras que o time pode melhorar em 2020?
R - O Paysandu tem que melhorar o poder de finalização em meio às partidas. Precisamos melhorar essa questão, principalmente, nos jogos mais importantes. O torcedor pode esperar essa evolução. É uma meta. Por ter mantido uma base, a comissão técnica, tendemos a melhorar alguns pontos fortes, que é a nossa intensidade, a capacidade defensiva. Ano passado, o Paysandu foi o terceiro time que menos levou gols no Brasil, de forma proporcional. Os times que menos levam gols chegam na final e ganham campeonato. É um ponto forte que tende a ficar melhor. Tendemos a melhorar as nossas transições, tendemos a melhorar a postura fora de casa. Não perdemos, fora de casa, desde maio do ano passado. 

P - Qual a média de gastos do Paysandu com a folha salarial? O que depende pra pagar em dia?
R - É a mesma do ano passado. Não vai alterar muita coisa. Agora, depende do engajamento dos torcedores. Os torcedores são os nossos principais financiadores. Se o torcedor quer ver um time mais forte, precisa de recurso. Não existe mágica. Precisamos ter oito a nove mil sócio-torcedores. Esse número foi de 2018, caiu em 2019 em função da ressaca (por conta do rebaixamento à Série C). Precisamos financiar o sonho do acesso. Temos três pilares. O sócio-torcedor, cuja média é de 4,5 mil sócios. Se cada torcedor resgatar mais um, já chegaremos nos oito mil. E lanço um desafio: se batermos oito mil sócios, vamos entregar o acesso. Teremos um potencial financeiro para se destacar. Os outros pilares são aumentar a bilheteria dos jogos e a aquisição dos produtos lobos. Se ajustarmos isso, é uma garantia.    

P - Um ano de gestão e é melhor ser presidente ou torcedor? Pensas em reeleição?

R - Ser presidente não é um prazer. É uma obrigação, nos privamos de uma série de coisas. Não tenho nenhum benefício social ou profissional por ser presidente de clube. Quando terminar o mandato, volto a minha vida normal. E é uma vida que não depende da exposição em jornal. Tenho uma vida estruturada para um outro caminho. Aqui é um trabalho de doação. Não acho correto as pessoas se aproveitaram da condição de presidente para turbinar alguma coisa. Precisamos estar aqui pelo Paysandu e não por interesse pessoal. Competir há um prazer, de competir, disputar. Mas a função de presidir o Paysandu não é prazerosa. É mias uma espécie de doação, que tem um prazo limitado. É uma cota que abrimos para que outras pessoas possam fazer o mesmo. Defendo, inclusive, a profissionalização da presidência. É um passo que está por vir, com a regularização de um clube empresa. Isso acontece no Fortaleza, por exemplo, em que o presidente é remunerado. Não que eu queira ser remunerado. Não me atingi. Seria para o futuro. Agora, ser torcedor é melhor,. Você exercer a sua paixão. Mas, eu não reclamo. É uma honra estar no Paysandu, que amo e vou sempre amar.   

 

Esportes