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Do início humilde ao estrelato, a trajetória de superação de Rony até a Seleção Brasileira; veja

A ascensão de Rony no futebol profissional não nasceu da noite para o dia; por muito tempo, o jogador tentou se firmar na base azulina e em uma única oportunidade mostrou o talento que viria a conquistar o país

Luiz Guilherme Ramos

Exatos 10 anos atrás, um garoto franzino, de pouca conversa e sorriso envergonhado, chegava ao Baenão para tentar a sorte nas categorias de base do Clube do Remo. Dotado de um talento visível, mas ainda bruto por fora, o jovem Rony teve o início no futebol semelhante ao de muitos que chegam diariamente em busca de uma oportunidade. Da família humilde nasce a necessidade e do talento nasce a estrela, que hoje brilha com força total, amarela como as cores da Seleção Brasileira, o novo palco do agora "Rústico", ídolo e grande craque dos gramados. Enredo melhor impossível.

A vida de Rony daria um filme, tamanha a força de vontade e superação encarnados por ele. Apesar do potencial, faltou a ele o mais importante: a valorização. Até pouco tempo atrás, era comum ver talentos se perderem por causa da pouca ou quase nenhuma estrutura nos clubes paraenses. Esse cenário começou a mudar, em parte, graças à ascensão de atletas como o próprio atacante, que precisou "esfregar" o seu talento, fazendo que a expressão "cria da base" fosse, enfim, melhor compreendida.

Em 2014, quando chegou ao Clube do Remo, Rony não encontrou muitos espaços nas categorias de base e, no mesmo ano, retornou à cidade natal, a pequena Magalhães Barata, onde passou a sobreviver de bicos, entre eles o de mototáxi. Mesmo com duas competições importantes na temporada, a Copa Norte e Copa do Brasil, o garoto foi preterido, depois de ter disputado uma final estadual do sub-20. A solução imediata, ao ver novos garotos contratados, foi desistir da carreira e voltar para casa.

Sem oportunidades e com 19 anos anos nas costas e poucas perspectivas, o sonho parecia ter chegado ao fim, não fosse a insistência de um "anjo da guarda", que atendia pelo nome de Walter Lima, antigo técnico das categorias de base do próprio Remo. Do outro lado da linha, a pergunta simples e objetiva fez a faísca crescer e chama brilhar novamente. Rony fora convidado para compor o time que disputaria a Copa São Paulo de Futebol Junior daquele ano.

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Após sair do Remo, Rony passou pelo Cruzeiro, mas ficou por pouco tempo e transferiu-se para o Náutico, onde marcou 14 gols em 2016, chamando novamente a atenção de grandes times. Na época, ele estava emprestado ao clube pernambucano, com os direitos pertencentes ao Cruzeiro, que o emprestou para o Albirex Niigata, do Japão. Em 2018 chegou ao Atlético Paranaense, onde começou sua coleção de títulos e a grande ascensão que o levaria ao posto de um dos jogadores mais cobiçados do país nos anos seguintes.

Apogeu

Se no Clube do Remo ele foi bicampeão paraense em 2014 e 2015, pela equipe paranaense elevou suas conquistas para uma Copa Sul-Americana, em 2018, e uma Copa do Brasil, em 2019. Por fim, em 2020 desembarca no Palmeiras, depois de uma disputa ferrenha com o Corinthians. Rony foi para o time comandado por Wanderley Luxemburgo e logo provou valer cada centavo investido. Até aqui, foram nada menos que oito títulos, entre eles um bi-paulista (2020, 2022), bi da Libertadores (2020, 2021), uma Copa do Brasil (2020), Recopa Sul-Americana (2022), Campeonato Brasileiro (2022) e Supercopa do Brasil (2023).

Depois de uma jornada completa e repleta de altos e baixos, Rony chega agora ao posto máximo onde qualquer jogador pode chegar e vai, pela primeira vez, vestir a camisa da Seleção Brasileira, provando que no futebol o céu é o limite.

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