POR QUE EU AMO O MEU CLUBE: Kamilla Sastre exalta a energia contagiante da torcida do Remo
Kamilla Sastre, 27 anos - Socióloga e Pesquisadora
Adoro futebol. Ir ao campo faz parte do meu lazer, da minha rotina e também da minha construção como pessoa. Acho o estádio um lugar incrível de interação, onde várias vozes ecoam com uma finalidade única, que é apoiar o time do coração.
Os laços construídos e o compartilhamento de alegrias, choros e frustrações fazem parte da rotina do torcedor e eu, como uma boa torcedora do Remo, sei bem o que é isso. É uma emoção única e contagiante sentir a energia da torcida remista, que é incrível, apaixonante e intensa.
Durante muito tempo, eu não me senti pertencente a este espaço, pois muitos diziam que "não era para mim", por eu ser mulher. Lugar também "onde meu corpo não deveria estar", afinal, tenho deficiência física decorrente de uma doença neurológica.
Associado a isso, o fato dos estádios serem considerados um ambiente onde homens costumam manifestar suas masculinidades de forma violenta, acaba provocando o afastamento de muita gente desses locais.
Porém, felizmente, nós mulheres temos ocupado os estádios, assim como os demais espaços da sociedade. E, apesar das condições estruturais não serem favoráveis, eu continuarei ocupando este espaço a mim negado historicamente.
Por isso, ir ao estádio torcer por meu time significa muito mais que um lazer, é uma afirmação social. Portanto, ganhando ou perdendo, meu clube amado, 'não importa o que digam, sempre estarei contigo.
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