MENU

BUSCA

Após morte, ex-jogadores relembram histórias de Márcio Belém no Remo: ‘Era o leão do Leão’

Aos 45 anos ex-meio-campista do Time de Periçá, morreu em casa após sofrer um infarto.

Caio Maia

A tarde de sábado em Belém foi marcada por tristeza no futebol paraense. Aos 45 anos, Márcio Belém, ex-meio-campista do Clube do Remo, morreu em casa após sofrer um infarto. O coração que tantas vezes guiou o Leão Azul em campo se silenciou, deixando uma legião de amigos, ex-companheiros e torcedores em luto.

WhatsApp: saiba tudo sobre o Remo

Para aqueles que tiveram a oportunidade de jogar ao lado dele, Márcio sempre será lembrado como mais do que um atleta. “O Márcio era amigo verdadeiro, sempre disposto a servir, dentro e fora de campo. O apelido dele, ‘Animal’, não era à toa: marcava para todo mundo, tinha força, potência e qualidade técnica. E ainda dava liberdade para a gente atacar com tranquilidade”, recorda Júnior Amorim, ex-companheiro no Remo.

O espírito de Márcio ia além da força física. “Ele era um ser humano fora de série, incrível. Vai deixar muita saudade não só para a família, mas para todos que o conheciam”, disse Irituia, outro ex-jogador que dividiu o gramado com ele no Remo e no Tiradentes.

Marquinhos Belém, também ex-companheiro, destacou a intensidade e o comprometimento do meio-campista: “O futebol paraense perdeu um jogador que contribuiu muito, que veio do futsal e se adaptou rapidamente ao futebol de campo. Ele treinava forte, entregava tudo em cada dividida e dava segurança para os companheiros. Márcio era remista de coração; até no velório ele estava com a camisa e a bandeira do clube. Perdeu-se um amigo, um parceiro, um guerreiro que jogava por amor à profissão e ao clube”.

A trajetória de Márcio no futebol começou nas quadras de futsal, mas foi nos campos, e vestindo a camisa do Remo, que ele se consolidou como referência. Entre 2000 e 2005, o jogador viveu momentos de destaque, conquistando títulos que marcaram a história do clube. Entre eles, o Campeonato Paraense de 2004, vencido de forma invicta pelo Leão Azul, e a Série C do Campeonato Brasileiro em 2005, um feito histórico para a torcida azulina.

“Quando ele entrava em campo, se transformava, virava o leão do Leão. Mas fora dele, jamais perdeu a humildade. Conversava com todos, do roupeiro ao porteiro, sem jamais demonstrar soberba. Foi um guerreiro em campo e na vida”, relembra Agnaldo de Jesus, que trabalhou com ele como técnico.

Márcio Belém era identificado com a torcida, respeitava a camisa e jamais deixou de lado a alegria de jogar. Mesmo após deixar o clube, seu nome continuou ecoando entre os torcedores e ex-companheiros. Para aqueles que conviveram com ele, fica o registro de um amigo, parceiro e líder, alguém que honrou a camisa do Leão Azul e deixou um legado que vai além das vitórias e títulos.