Gols, título e carreira encerrada por problemas no coração: relembre a história do ex-atacante do Remo
Jogador lembrou de uma partida importante na trajetória azulina na conquista da Série c de 2005
Há 14 anos o Remo enfrentava um adversário um tanto quanto desconhecido, mas que deu um trabalho enorme ao time azulino. No dia 18 de setembro de 2005, o Leão encarou o Tocantinópolis-TO, pelo mata-mata da Série C. Jogo de estreia de um jogador que foi peça importante no título remista da Terceirona.
Após perder o primeiro jogo por 2 a 0, o Remo tinha a obrigação de vencer o time tocantinense por três gols de diferença para avançar na Série C. Empurrado pelo torcedor, que em 2005 bateu o recorde de média de pagantes nas Séries A, B e C, o Remo abriu o placar com Capitão, atacante que fez sua estreia com a camisa azulina.
Em conversa com OLiberal.com, o ex-jogador Capitão falou da partida, da carreira e contou como ganha a vida, após deixar o futebol de forma antecipada devido a problemas cardíacos.
ESTREIA
O jogador comentou que conseguiu chegar em Belém próximo da partida, fez dois treinos e já quis jogar.
“Estava atuando na Série B pelo Ceará-CE e a competição tinha acabado uma semana antes da minha estreia. Recebi a ligação do técnico Rouberval Davino e não pensei duas vezes. Cheguei em Belém na quinta, treinei na quinta e na sexta e joguei no domingo, já marcando gol”, disse.
O JOGO
O Remo ganhou de 4 a 1 a partida, mas foi carregada de tensão. O leão saiu na frente, abriu 2 a 0, mas no segundo tempo levou um gol. O Time azulino perdeu um pênalti com o meia Emerson e aí o Remo se desorganizou em campo. Marcou mais um com o zagueiro Magrão e no fim da partida o atacante Landu sofreu pênalti e Osny marcou o gol da classificação. Para Capitão, foi o jogo mais complicado da trajetória remista em 2005.
“Foi difícil. Tínhamos que vencer por três gols de diferença. Foi meu jogo de estreia e repleto de emoção do início ao fim. Chegamos ao Mangueirão e tinha um ‘mar azul’ do lado de fora. No vestiário olhei pela janela e vi o estádio cheio. Essa torcida que nos deu forças para sair de campo classificados”, comentou.
FIM DA CARREIRA PRECOCEMENTE
O jogador conquistou o título da Série C em 2005 pelo Remo e um ano depois foi defender as cores do Bahia-BA. Mas Capitão recebeu uma notícia que mudou os rumos da vida.
“Encerrei minha carreira aos 30 anos, novo ainda para o futebol. Tive problemas cardíacos. É sempre complicado deixar de fazer o que mais gosta, mas tive consciência dos riscos e então parei imediatamente”, contou.
NOVO RUMO
Capitão decidiu ser treinador de futebol e chegou a comandar algumas equipes. O ex-jogador fala que o mercado é forte e decidiu abrir mão de comandar equipes profissionais e toca uma escolinha de futebol.
“Me preparei para virar treinador de futebol. Cheguei a comandar equipes profissionais como o CSE-AL, Comercial de Viçosa-AL, Ríver-PI e Cruzeiro-RS. Hoje sou dono da escolinha oficial do Galo CRB-AL e treino algumas equipes”, comentou.
CARINHO PELO REMO
Hoje com 44 anos e com duas filhas, o ex-jogador falou da saudade de Belém, do Remo e do carinho que tem pelo clube e torcedores. Para Capitão é uma honra ter feito parte da história do Leão no ano do centenário azulino.
“Sinto um carinho especial pelo Remo. É um clube especial, o torcedor apoia mesmo, principalmente nos momentos difíceis. Tento retribuir o carinho nas redes sociais, pois tenho ciência da nossa conquista e comemorar um título nacional no ano do centenário”, disse.
NA TORCIDA
Mesmo longe de Belém, Capitão não perde os jogos do Leão. Bem ativo no Twitter, o ex-jogador comenta, dá “pitaco” e torce pelo Leão. Ele espera um dia voltar a Belém e trabalhar no clube.
“Se um dia o Remo precisar de mim, estarei sempre à disposição. Mesmo longe, acompanho o clube e torço demais para ele voltar à Série B. Espero muito que o Remo se reestruture, se torne competitivo. Foram muitos anos de desorganização e arrumar a casa leva um tempo, mas o clube vai conseguir”, comentou.
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