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DIA DOS AVÓS: Time máster do Remo dá toques de realidade à nostalgia dos azulinos

Agnaldo "Seu Boneco" relembra passado difícil e fala sobre o orgulho de ser avô

Andre Gomes

Mais que apenas uma reunião entre ex-jogadores, o futebol máster resgata um tempo mágico para muitos torcedores - alguns, que só acompanhavam pelo radinho de pilha. Ainda que os ídolos estejam longe do auge, fora de forma e até mesmo já sejam avôs, a modalidade dá toques de realidade à nostalgia de muitos azulinos.

Com muitas histórias de conquistas, a reunião entre ex-jogadores do Remo é sempre uma atração por onde passa. O time máster azulino é liderado pelo ídolo Marquinho Belém, que convida os ex-boleiros de várias épocas para alimentar o espetáculo.

"Minha função no máster do Remo, é montar o time e jogar, que eu não sou de ferro. Mas a gente entra em contato com os ex-jogadores, principalmente, os que tem uma identidade com o clube e a torcida", contou. "Pedimos uma cota para se apresentar e dividimos em partes iguais. Além de ajudar no lado emocional, você ajuda no lado financeiro. Ninguém vai ficar rico com o futebol máster, mas a cota vai ajudar naquilo que for necessário para cada um".

RECONHECIMENTO EM VIDA

Apesar de não estar sempre presente, Agnaldo "Seu Boneco", um dos maiores ídolos do Remo, exalta o trabalho do time máster. Além disso, o ex-volante fala da importância de reconhecer os ídolos em vida.

"Tenho grandes amigos no time máster, queria participar ainda mais. Só de rever ex-jogadores que fizeram história no Remo, é emocionante. Sou muito feliz por ser lembrado por torcida, ex-atletas e dirigentes. É válido ter tudo isso em vida. Não adianta lembrar depois da morte, tem que ser lembrado em vida", opinou.

TEMPOS DIFÍCEIS

Hoje com 52 anos, Agnaldo relembra o passado e a luta para conseguir alcançar o objetivo de ser jogador de futebol. Natural de Macambira, interior do Sergipe, filho de pai caminhoneiro e mãe faxineira, perdeu o irmão cedo, para a leucemia. Ainda assim, a família tirou forças para sobreviver e Agnaldo estabeleceu um objetivo:

"Tivemos que nos desdobrar para sobreviver. Vender chopp, ir para a feira, trabalhar de ajudante de pedreiro. Eu tinha um objetivo: ao me profissionalizar, minha mãe não trabalharia mais de faxineira. É um trabalho digno, mas não queria que ela sofresse. Na época, tinha que subir com baldes [pelas escadas] para limpar quatro andares", revelou.

VOVÔ GORDO

Segundo Agnaldo, além do fato de ser ídolo do Remo e pai de família, um dos seus maiores orgulhos é ser avô. E nesse dia dos avós, o momento se torna ainda mais especial. "Não sei explicar o quão é bom é ser chamado de avô. Sou um avô presente e ausente. Todo dia falo com meu neto, mas, sou ausente, pois ele mora em São Paulo. Todo dia minha filha manda foto dele, me chama de vô Gordo. É imensurável como ficamos bobos pelos netos. Sou feio mas as crianças gostam de mim. Agnaldo, Clube do Remo e Lorenzo é um só coração", finalizou.