MENU

BUSCA

Chapecoense empata no último lance e estraga festa do Remo no Baenão

Com o empate, o Remo fica em terceiro lugar com 58 pontos e próximo jogo será contra o Novorizontino, fora de casa, no próximo sábado (8)

Igor Wilson

O Remo ficou a poucos segundos de conquistar uma vitória que o colocaria na vice-liderança da Série B e o faria até conhar com o título, mas viu o sonho escapar no último lance. A Chapecoense empatou por 1 a 1 neste domingo (2), no Baenão, com um gol de Doma no útlimo lance do segundo tempo, frustrando a festa azulina que tomava conta do estádio. Mesmo com o empate, o Leão Azul chegou aos 58 pontos, manteve-se no G4 — em 3º lugar — e segue firme na luta pelo acesso. O próximo desafio será no sábado (8), fora de casa, contra o Novorizontino.

WhatsApp: saiba tudo sobre o Remo

1º Tempo 

O primeiro tempo no Baenão foi daqueles de deixar o coração azulino acelerado. A torcida lotou o estádio, empurrou o time desde o aquecimento e viu um começo de jogo que parecia final de campeonato. Logo nos primeiros minutos, a Chapecoense mostrou que não veio a passeio: Vitor Caetano ajeitou no meio, Everton chegou batendo firme e Kayky Almeida salvou o Remo. No escanteio seguinte, o mesmo Everton apareceu livre e cabeceou rente à trave, numa chance claríssima. O Leão parecia sentir o peso da festa, errando passes e dando espaço, enquanto a Chape se animava. 

Mas bastou um lampejo para o Baenão incendiar. Aos sete minutos, Diego Hernández achou Marcelinho livre, o camisa 11 cruzou rasteiro e Nico Fernández, na cara do gol, finalizou bem — só não fez porque o goleiro Rafael Santos se esticou todo pra salvar. A defesa da Chape evitou o primeiro rugido, mas aquele lance acordou o time de Guto Ferreira. O Remo começou a ganhar mais coragem, arriscando inversões, passes longos e subindo as linhas. 

Só que o jogo era aberto, e a Chapecoense respondeu na bola parada: o paraense Giovanni Augusto cobrou falta na medida e Neto Pessoa subiu alto para dar uma “flechada” na bola. Marcelo Rangel, atento, fez uma defesa monumental, daquelas que valem gol, a primeira após seu retorno surprendente. O jogo era lá e cá. O Leão, no embalo da torcida, respondeu com Pedro Rocha, que limpou bonito e bateu de três dedos — a bola passou raspando a tinta do travessão. A cada lance, o grito de “Remo!” vinha mais forte das arquibancadas. 

E foi no embalo desse clima que o Baenão explodiu aos 30 minutos. Jogada trabalhada com paciência: Diego Hernández avançou pela direita, tocou para Nathan Pescador, que ajeitou de leve para Caio Vinícius. O volante-artilheiro dominou, girou com categoria e mandou no cantinho, como um centroavante. Sexto gol dele no campeonato, o quarto após a chegada de Guto Ferreira. A comemoração foi de arrepiar, com o estádio em delírio. Depois disso, o Leão soube controlar o jogo, tocando a bola, esfriando o ímpeto da Chape e levando a vantagem pro intervalo com a alma lavada e o sonho do acesso cada vez mais vivo. 

2º Tempo 

image Torcida azulina fez uma das festas mais lindas do ano (Igor Mota/O Liberal)

 

 

O segundo tempo começou tenso, com o Baenão fervendo e o Remo tentando segurar a vantagem construída na etapa inicial. A Chapecoense voltou mais agressiva, adiantando as linhas e forçando o Leão a jogar no erro. Logo nos primeiros minutos, Neto Pessoa chegou a balançar as redes, mas o assistente marcou impedimento, confirmado pelo VAR. O susto serviu de aviso: a Chape queria jogo. Em resposta, Diego Hernández quase ampliou aos 10 minutos, em chute colocado que passou rente à trave e fez a torcida prender o fôlego.

O duelo virou uma montanha-russa de emoções. Aos 11, Neto Pessoa teve a chance de empatar em jogada inacreditável — driblou Marcelo Rangel e ficou com o gol aberto, mas Klaus travou no último instante, e Jorge completou o corte em cima da linha. O VAR ainda revisou o lance por possível pênalti, mas tudo terminou em impedimento do atacante. O Baenão vibrou como se fosse gol, sentindo que o time ainda estava no controle.

A Chapecoense, no entanto, não desistiu. Doma quase empatou aos 25, em cabeçada que raspou a trave. Guto Ferreira mexeu na equipe, tentando reforçar o meio e segurar o resultado, enquanto o time catarinense partia com tudo, colocando atacantes em campo e empilhando cruzamentos. O Leão respondeu em contra-ataques rápidos, mas pecou nas finalizações — parecia que o 1 a 0 resistiria até o fim.

Mas o futebol é traiçoeiro. No último lance do jogo, uma ligação direta da defesa catarinense encontrou Doma na entrada da área. O zagueiro dominou e bateu para o gol; a bola desviou em Reynaldo e enganou Marcelo Rangel, morrendo lentamente no fundo da rede. Silêncio no Baenão. O empate caiu como um balde de água fria numa noite que prometia ser de festa. O Remo segue no G4, ainda vivo e forte, mas com a sensação amarga de que dois pontos escaparam por entre os dedos.