Artilheiro do Remo, Jackson minimiza vaias e frisa: 'Já passei por muita coisa, até fome'
Atacante fez os dois gols da vitória de virada do Remo sobre o Carajás, no Baenão
Dono da camisa 9 e artilheiro do Remo no ano com cinco gols marcados, o atacante Jackson ainda está longe de ser uma unanimidade perante a torcida azulina. Contra o Carajás, neste domingo (1), o atacante perdeu chances de gol no primeiro tempo e foi vaiado antes de descer para o vestiário. Na segunda etapa, porém, o atacante sofreu e converteu uma penalidade e ampliou para o Leão. Ao final do jogo, Jackson comentou as vaias da torcida:
"É difícil para o jogador receber vaias, mas eu entendo a torcida e independente de qualquer coisa, amo a torcida e o clube. Não me deixou abalar. Já passei por muita coisa na minha vida. Até passar fome, já passei e consegui manter a cabeça no lugar. Tenho que trabalhar", disse e revelou a apreensão no momento do pênalti: "Sabia que era o céu ou o inferno. Graças a Deus pude fazer o gol".
Fora do discurso natural de jogador de futebol, Jackson - que era pedreiro antes de engatar na carreira como atleta - não ficou em cima do muro quando perguntado sobre a diferença entre jogar no Baenão e no Mangueirão. "Quando você joga em casa, você conhece todos os compartimentos, sala, quarto, cozinha... Nós vivemos maior parte do dia aqui dentro do Baenão. Conhecemos o campo e todos os seus caminhos. Foi especial ver o Baenão lotado hoje. Acho melhor jogar aqui a jogar no Mangueirão, mas é lógico que temos que jogar bem e fazer gols em qualquer lugar", disparou.
O Mangueirão, aliás, vai ser o local do jogo do Leão contra o Paysandu, às 16h do domingo (8), pela sétima rodada do Campeonato Paraense. Para Jackson, o momento de escutar: "O professor entende muito de clássico. Ele é um fenômeno nesses jogos. Vamos ver o que ele tem para passar durante a semana. Tenho certeza que faremos um bom jogo no domingo".
RONALD
Os dois gols da vitória do Remo, de virada, sobre o Carajás, pela sexta rodada do Campeonato Paraense, foram de Jackson, em uma partida que teve o retorno do meia Eduardo Ramos aos gramados, mas o destaque mesmo foi o jovem Ronald, de apenas 17 anos. Apesar de ser atacante de origem, o garoto estreou como profissional jogando improvisado na lateral esquerda e agradou a torcida.
Diferente do que ocorria com os outros atletas, Ronald era aplaudido sempre que tocava na bola, inclusive quando errava alguma jogada. O apoio das arquibancadas representou uma virada na vida do atleta. Isto porque ele tinha deixado o Paysandu por falta de oportunidades e chegou ao Remo no ano passado para treinar no sub-20.
Em entrevista coletiva, o treinador Mazola Junior fez questão de exaltar o garoto e revelou: "O Ronald chegou na semana para completar um treino e mostrou qualidade. Cheguei com ele e disse que me lembrava muito um outro lateral com quem trabalhei aqui em 2013. Só pedi a ele que tivesse personalidade e não tivesse medo de errar. Disse que, se ele errasse, eu assumiria. Ele entrou bem hoje".
Ronald conversou com a reportagem de OLiberal.com no gramado e declarou: "Estou muito feliz. É fruto do meu trabalho. Venho trabalhando muito durante a semana. Graças a Deus, venho correspondendo cada dia mais. Bom que o professor Mazola Junior está gostando do meu trabalho e pude contribuir para o time conquistar os três pontos. [Se precisar de mim para o Re-Pa], vou entrar e corresponder para levar esse time para frente, que é o mais importante".
Ronaell deixou o jogo contra o Carajás com uma bolsa de gelo na coxa esquerda e, enquanto isso, o outro especialista da posição - Dudu Mandai - continua em tratamento de lesão. Sem eles, Ronald pode ser uma opção no corredor canhoto. Outra possibilidade é o zagueiro Rafael Jansen, que já atuou como lateral várias vezes no Leão.
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