Após demissão, Wellington Vero abre o jogo sobre o Remo: "Fui demitido por um jogo"
Preparador físico adiantou que Netão recebeu convites e pode deixar o Leão
Bem-quisto por quase todos no estádio Evandro Almeida, o Baenão, João Nasser, o Netão, sofreu um processo de fritura, embora oficialmente a diretoria do Clube do Remo negue. A reportagem conversou com Wellington Vero, ex-preparador físico do Remo, de confiança de João Nasser, que foi desligado do Remo um dia antes da mudança de cargo de Netão.
INSATISFAÇÃO
Vero não quis polemizar, porém, ainda assim, reclamou afirmando que "foi demitido por um jogo", referindo-se a derrota no clássico Remo e Paysandu. E também disse que acompanhará Netão em outro clube, caso alguma situação se confirme.
Em relação a Netão, o primeiro sinal de que ele não teria vida fácil foi o fato de a diretoria ter se recusado a dar prosseguimento ao processo de triagem com vários jogadores que Netão iniciou ainda em 2018, para tentar formar o elenco azulino. O processo foi interrompido. Ninguém foi contratado e o assunto esquecido.
IMPACIÊNCIA
O pensamento sobre Netão foi evidenciado nas palavras do presidente, Fábio Bentes: "Futebol é resultado. Mas, precisamos analisar o ponto de vista tático. A perda de confiança da torcida foi em função das partidas. Se tivéssemos pensando só no Paraense, permaneceríamos (com o treinador). É um grande profissional, mas dentro da preparação para a Série C, que é conseguir o acesso, precisamos ambicionar mais".
De fato, a paciência com o treinador local inexiste e Netão foi mais uma vítima nesse contexto. O discurso de Fábio Bentes não se apóia nos números que João Nasser teve no comando azulino em 2018, quando tirou o clube de um rebaixamento quase que consolidado na disputa da Série C do Brasileirão. Na época, o treinador teve sete jogos, com quatro vitórias, dois empates e uma derrota. O aproveitamento de 66% dos pontos disputados foi superior aos dos treinadores anteriores, com mais gabarito, casos de Givanildo Oliveira e Arthur Oliveira.
Até então, o agora ex-treinador do Remo não conversou com os repórteres e não atende ligações para o seu telefone. Márcio Fernandes, por sua vez, o sucessor de João Nasser, disse que quer contar com o trabalho anterior.
PING-PONG COM WELLINGTON VERO
Você, que já trabalhou várias vezes no Remo, acha que o clube está mudando, de fato?
Eu analiso o Remo em um crescimento que houve nessa etapa que eu cheguei no ano passado. Hoje, o clube faz a análise do atleta (recém-contratado), como um São Paulo, um Palmeiras... É um aparato muito grande e o atleta passa por um exame de vista, o exame odontológico. cardíaco... O futebol evoluiu muito em termos técnicos, então, a gente procurou trazer o monitoramento em tempo real e o GPS que dá que dá a quantidade de quilometragem que o atleta fez.
Você se sentiu decepcionado com a saída precoce do Remo? Achas que o grupo tem problemas físicos? Achas que o que fizeram com o Neto é injustiça?
Decepcionado não! Até porque nós conseguimos fazer um excelente pré-temporada usando força, resistência e velocidade. Usamos a metodologia integrada. Então, são três anos seguidos tendo êxito. Só que hoje, enquanto você avaliar um profissional só pelo resultado, não vai dar certo. A gente tem que mudar essa cultura. Eu tive um resultado da Copa Brasil e o resultado do clássico que todo mundo sabe que é um dos maiores clássicos do Brasil. Então, eu fui analisado pelo resultado! Logo em seguida, nós tivemos um empate lá no interior, em Paragominas, contra um time muito bom, muito bem montado, num campo altamente pesado. A gente já vinha de expulsões nos jogos anteriores da Copa do Brasil e, mesmo assim, a equipe suportou legal.
No clássico, temos que valorizar o adversário que foi o Paysandu. Tiveram o mérito em ganhar o jogo, a questão da organização tática que alguns atletas não fizeram (do lado do Remo) ao pé da letra porque você quando você inclui a questão física com a questão tática você reduz o número de desgaste, está bem compactado, não vai correr muito e nem vai deixar o adversário fazer o que quer com você. Eu não estou chateado, estou feliz até porque o time está em primeiro lugar e saímos provando que a parte física não tinha nada a ver. Não sei o que houve, não pedi explicação de nada até porque a gente vive mundo do futebol há 30 anos e tem algumas coisas que acontecem que a gente não pode estar comentando e falando.
Qual o seu planejamento a partir de agora?
A partir de agora é você chegar na sua casa, descansar um pouquinho e esperar as novas propostas. Existe uma possibilidade do América Mineiro até porque já trabalho com Givanildo há muito tempo, mas o América já está montado e no caminho certo. A minha vinda para cá foi uma questão até do próprio Netão. Ele achou o meu trabalho muito interessante. Se tiver também uma outra situação com o Neto, a gente irá.
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