Paysandu empata e rebaixa o Amazonas em jogo caótico e com duas viradas

Papão sofreu a virada para um rival com dez jogadores, buscou o empate nos acréscimos e ainda perdeu um pênalti no último lance; resultado rebaixa o Amazonas.

Igor Wilson

Em um jogo completamente maluco, com duas viradas, pênalti revisado pelo VAR nos acréscimos e um time com dez jogadores desde o primeiro tempo, Paysandu e Amazonas empataram por 2 a 2 nesta rodada da Série B. O Papão abriu o placar, levou a virada em dois minutos após erros grotescos da defesa, buscou o empate no fim e ainda perdeu a chance da vitória quando Bryan Borges isolou um pênalti no último lance. O resultado selou o rebaixamento do Amazonas para a Série C. Os dois times da região Norte se encontrarão ano que vem, na Série C.

1º Tempo 

O primeiro tempo de Paysandu x Amazonas entregou exatamente o que se esperava de duas equipes que passaram o campeonato inteiro cercando a zona de rebaixamento. Estádio vazio, jogo travado, cheio de erros e com pouca inspiração — daqueles em que a bola parece pesar mais que o normal. 

O Paysandu, já rebaixado, entrou em campo com Wendel isolado na frente, quase um espectador. A bola mal chegou ao atacante, perdido entre zagueiros e distante de qualquer articulação. No meio, Marlon errou mais do que acertou, Edilson embarcou na mesma rota e o time, mesmo com superioridade numérica mais tarde, manteve a postura sonolenta que marcou a temporada. 

O Amazonas, que ainda luta para escapar da queda, jogou como quem já havia perdido a batalha. Sem intensidade, sem pressão, sem urgência. A ironia é que só acordou depois de perder um jogador. 

Aos 30 minutos, Varão foi expulso após entrada dura em Marcelinho. Já tinha amarelo por simulação e, após revisão no VAR, recebeu o vermelho. A expectativa natural era de que o Paysandu, enfim, tomasse o controle. Aconteceu o oposto. 

Dois minutos depois, Henrique Almeida teve a melhor chance do jogo até então. Mesmo com um a menos, encontrou espaço na defesa bicolor, recebeu sozinho na área e bateu de primeira. O chute saiu mascado, mas o lance expôs a fragilidade defensiva do Paysandu, que assistia às investidas sem reação. 

Aos 36, finalmente o Papão assustou. André Lima arriscou de longe e mandou perto do gol. Logo depois, Edilson tentou também de fora, mas isolou. Foram lampejos, nada sustentado. O time seguia pouco agudo, desconcentrado, incapaz de impor ritmo contra um adversário reduzido. 

Henrique Almeida, por outro lado, continuou encontrando caminhos. Aos 45, limpou dois marcadores e quase marcou um golaço de cobertura, em chute de muito longe que passou perto da trave de Gabriel Mesquita. Era a segunda grande chegada do Amazonas depois da expulsão. 

Nos acréscimos, quase saiu o gol que traduziria bem o primeiro tempo: em cobrança de falta fechada de Diego Torres, a bola atravessou a área e saiu raspando a trave. O Amazonas, mesmo com dez, produziu mais que o Paysandu em 45 minutos. 

2º Tempo

O Paysandu voltou para o segundo tempo tentando, enfim, se impor contra um Amazonas que jogava com um a menos desde os 30 minutos da etapa inicial. Ignácio Neto mexeu no time, colocando Bryan Borges, Petterson e Carlos Eduardo para tentar dar vida a um setor ofensivo que passou boa parte do jogo apagado. O impacto inicial apareceu nos pés de Petterson, que conseguiu acelerar e gerar a primeira chegada do Papão no segundo tempo.

Mas o jogo rapidamente retornou ao seu padrão: lento, travado e cheio de decisões equivocadas. O Paysandu rondava a área, mas sem incomodar muito. O Amazonas, por sua vez, parecia confortável em esperar — e quando saía, era sempre mais perigoso. Aos 12, Henrique Almeida, novamente protagonista, cobrou falta com curva e força, obrigando Gabriel Mesquita a desviar a bola com a ponta dos dedos antes de ela explodir no travessão.

O Papão acabou encontrando o gol aos 25 minutos, no momento em que o Amazonas ensaiava subir suas linhas. A jogada nasceu de um lateral longo. Carlos Eduardo finalizou, Renan espalmou para o meio da área e André Lima apareceu livre para bater de primeira e abrir o placar. Era o 1 a 0, que parecia, enfim, colocar o Paysandu numa rota menos turbulenta contra um adversário numericamente inferior.

O problema é que o Paysandu não segurou nem dois minutos. Novillo, pressionado na área, se enrolou completamente ao tentar cortar e entregou a bola nos pés de Diego Torres, que empatou. Logo depois, ainda no abalo do gol, nova saída errada, dessa vez no meio-campo. Henrique Almeida retomou a bola e lançou Joaquin Torres, que bateu de primeira e virou o jogo com um golaço. Dois erros, dois golpes, duas cenas que sintetizam a temporada bicolor.

A partir daí, o jogo virou caos. O Paysandu, antes sonolento, passou a atacar no desespero. O Amazonas recuou mais do que pretendia, tentando segurar a vitória que o tiraria momentaneamente do rebaixamento.

Nos acréscimos, o Papão conseguiu empatar. Após pressão pela esquerda, a bola sobrou na área e Bryan Borges finalizou para deixar tudo igual: 2 a 2.

E o drama ainda tinha mais um capítulo. Segundos depois, Petterson tentou finalizar e a bola bateu no braço do defensor do Amazonas. O árbitro não marcou, mas foi chamado ao VAR. Após longa revisão, apontou pênalti. Era a chance da virada — a terceira virada da partida.

Bryan Borges pegou a bola, ajeitou, respirou e isolou por cima do gol. O jogo terminou empatado, 2 a 2, num dos segundos tempos mais malucos do campeonato: virada do Paysandu, virada do Amazonas, empate nos acréscimos, pênalti perdido e um enredo que parecia escrever-se sozinho a cada erro e cada lance improvável.

Ficha técnica 

  • Paysandu x Amazonas 
  • Competição: Série B do Campeonato Brasileiro — 37ª rodada 
  • Local: Estádio da Curuzu, Belém (PA) 
  • Data e hora: Sexta-feira, 14/11, às 20h (de Brasília) 

Arbitragem: 

  • Árbitro: Alex Gomes Stefano (RJ) 
  • Árbitro Assistente 1: Luiz Cláudio Regazone (RJ) 
  • Árbitro Assistente 2: Leone Carvalho Rocha (GO) 
  • Quarto Árbitro: Marcello Rudá Neves Ramos da Costa (DF) 
  • VAR: Gilberto Rodrigues Castro Júnior (PE) 

Escalações: 

  • Paysandu: Gabriel Mesquita); Edilson, Quintana (Lucão), Novillo e Reverson (Bryan Borges); André Lima, Pedro Henrique; Marlon, Marcelinho (Petterson), Vinni Faria (Carlos Eduardo) e Wendel. Técnico: Ignácio Neto (interino) 
  • Amazonas: Renan; Domingos (Robertinho), Alvariño, Léo Coelho e Fabiano; Larry Vasquez, Rafael Tavares (Luan Silva), Erick Varão, Diego Torres, Henrique Almeida, Willian Barbio (Castrillon). Técnico: Aderbal Lana 
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