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Márcio Fernandes não acredita em 'terra arrasada' no Paysandu após eliminação da Série C

Em entrevista ao O Liberal, treinador bicolor manifesta desejo de continuar na equipe em 2023 e fala sobre clima eleitoral no clube. 

Caio Maia

Na visão de muitos torcedores, a temporada de 2022 do Paysandu foi fracassada. Sem conquistar títulos e longe da briga pelo acesso à Série B do Brasileirão, a Fiel Bicolor termina o calendário nacional com sentimento de melancolia por não ter alcançado os objetivos traçados no início de 2022. Apesar disso, existe uma pessoa que não crê em clima de "terra arrasada" na Curuzu: o treinador Márcio Fernandes.

De folga até o dia 15 de outubro, data da reapresentação do elenco para a Copa Verde de 2022, que começa no final do mês, Márcio conversou com o Núcleo de Esportes de O Liberal sobre a temporada que esteve à frente do Paysandu. De acordo com ele, a equipe apresentou erros cruciais nas fases finais de competição, que custaram o título paraense e o acesso à Segundona. Mesmo assim, ele faz questão de destacar o bom desempenho da equipe no restante do ano.

"Em termos de números, desempenho e aproveitamento, o balanço no geral é positivo não só na Série C, como também na temporada inteira. Infelizmente não conquistamos os objetivos nas competições que disputamos esse ano, mas terminamos o estadual na liderança geral e no Brasileiro também ficamos entre os melhores na pontuação final. Cometemos alguns erros em momentos que não podíamos errar e que infelizmente nos custaram muito caro, tanto que quando tentamos corrigir não conseguimos mais reverter a situação. Mas penso que é praticamente unânime entre torcida, clube e até mesmo imprensa que o Paysandu apresentou um futebol de qualidade nessa temporada e que bons frutos podem ser colhidos em breve. Ainda tem a Copa Verde para encerrar o ano. E nós vamos muito fortes em busca desse título, porque é o mínimo que a instituição merece para encerrar 2022", disse.

No restante da conversa, Márcio também falou sobre o desejo de permanecer no clube para 2023, falou sobre renovações de contrato e analisou os impactos do atual cenário político do clube no elenco.

Veja a entrevista na íntegra

O Liberal: Qual o motivo para a queda de rendimento da equipe na fase final?

Márcio Fernandes: Acredito que não houve queda de rendimento. O problema, como falei, foram os erros que tivemos. Não foram muitos, mas foram cruciais, letais. E nós não fomos letais quando deveríamos ter sido. Isso lamentavelmente custou nosso acesso.

OL: Você acha que tem alguma culpa na eliminação bicolor? Caso sim, qual?

MF: Eu sou o comandante do time, então a responsabilidade maior sempre vai ser minha. Eu faço minhas escolhas, tomo as decisões que preciso tomar, então sei qual é a minha parcela nisso, mas é claro que não posso assumir isso sozinho, até porque o grupo também sabe que errou quando não era para errar.

OL: Você pretende ficar no Paysandu pro ano que vem?

MF: Eu gostaria muito de conquistar títulos com a camisa do Paysandu, uma camisa que eu vesti quando era jogador e agora como treinador. Gosto muito da cidade, do clube e da torcida, então pretendo permanecer aqui para 2023.

OL: A proximidade do periodo eleitoral no Paysandu prejudicou a equipe na reta final de Série C?

MF: Nosso elenco sempre foi blindado das pressões externas quando vivemos alguns momentos de instabilidade, que não foram muitos, durante a temporada. Sabemos que o clube vai passar por um processo eleitoral em breve, mas nada disso tirou nosso foco, nunca foi assunto entre nós dentro do vestiário.

OL: Dada a eliminação na Série C, o que você pretende mudar na equipe para a Copa Verde?

MF: Não podemos perder nossa identidade, nossa forma de jogar, um time sempre ofensivo desde o início do ano, então vamos manter essa postura na Copa Verde. Sobre mudanças, eu prefiro discutir isso internamente com os atletas e a nossa comissão.

OL: O presidente Ettinger nos disse que 7 ou 8 jogadores serão dispensados. Qual foi o critério utilizado para a dispensa desses atletas?

MF: É um processo natural ao final de cada competição. Quando acabou estadual, alguns atletas também haviam deixado o clube e agora não será diferente, mas penso que a nossa margem de erro em termos de contratação para esse ano foi pequena. Montamos um grupo bom, com atletas de personalidade e de muita qualidade, e de caráter também. Construímos uma família no Paysandu. Tenho certeza que cada um tentou dar o melhor de si, mas infelizmente nunca vamos acertar 100% nas escolhas.

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