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Médico José Silvério, pivô da polêmica saída do técnico João Brigatti, fala com exclusividade

O motivo apontado para a demissão foi que Brigatti pediu que José Silvério fraudasse um exame do zagueiro Micael

Nilson Cortinhas / O Liberal

A relação nociva que se consolidou entre o presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, e o ex-treinador do Papão, João Brigatti, ganhou mais um episódio. 

Depois de uma acusação de Gluck Paul no sentido de que Brigatti queria barrar o zagueiro Micael por meio de um pedido para o departamento de saúde vetar o atleta, Brigatti chamou o dirigente de psicopata. 

No meio do furacão, está o médico do clube, José Silvério. Com uma longa folha de serviços prestados ao clube, Silvério garantiu se pronunciará sobre o assunto, mas adiantou que estará do lado de Ricardo Gluck Paul. "Apenas dizer que o DM (departamento médico, hoje, a nomenclatura é departamento de saúde) é solidário com a decisão tomada pelo presidente do Paysandu", disse, de forma exclusiva, à Redação Integrada de O Liberal.

Silvério não quis detalhar o que ocorreu em função de uma legislação médica que preza pelo sigilo da relação entre médico e paciente. "Nós vamos emitir uma nota. Será oficiado pelo DM, por orientação do Jurídico. Esclarecerá tudo o que pode ser esclarecido. De antemão afirmo que o DM não participa, não participou e não participará de nada que venha a ferir os preceitos éticos da medicina", ponderou.

O médico reafirmou que, apesar de estar no meio do futebol, o caso envolve atletas "que para nós são pacientes como todos os outros e, portanto, somos regidos pelo Código de Ética que nos impõe o sigilo". Ainda segundo o médico, somente após equacionada esta questão "nos manifestaremos. Infelizmente não posso responder mais que isso". O receio de Silvério se apóia no fato de que os atletas não querem ter seus nomes divulgados. 

Micael 

Desde quanto teve o seu nome ventilado numa suposta tentativa de João Brigatti de barrá-lo via departamento médico, o zagueiro Micael não conversou com a imprensa, embora seja o capitão do time desde a disputa do Campeonato Paraense. 

Micael só soube do assunto após a demissão de João Brigatti. E, obviamente, desaprovou a suposta condução do seu ex-chefe. 

Relembre 

O motivo apontado para a demissão foi que Brigatti, segundo Ricardo Gluck Paul disse ao GloboEsporte.com, pediu que José Silvério fraudasse um exame do zagueiro Micael. Isto ocorreu na semana do primeiro Re-Pa do ano, quando o Micael havia sentido um problema no dedo do pé. Brigatti, no entanto, queria tirar o atleta e capitão do time titular. O laudo falso apontaria uma lesão maior que vetaria a participação de Micael no clássico.

Na semana do segundo Re-Pa, após o empate em 1 a 1 com o Castanhal em Belém, o presidente tomou a decisão de demitir Brigatti, que, diante das denúncias de fraude, propôs um acordo.

A versão de Brigatti 

Em conversa com a reportagem, João Brigatti deu a sua versão sobre a polêmica que tumultou o ambiente do Paysandu, apesar do grupo ter sido blindado para manter a concentração na disputa do Campeonato Brasileiro da Série C. "Nunca precisei de laudos médicos pra tirar do time qualquer atleta. Micael saiu do treino com dores nos tendões. Falei para o médico que dependendo da ressonância ele quem iria ou não escalar o atleta", defendeu-se.

Brigatti fez acusações graves ao comando do clube. "Sempre vou torcer para o sucesso do Paysandu mesmo que tenha um psicopata no comando. Pseudopresidente extremamente vaidoso e mentiroso. Ele ficou revoltado porque não deixei ele interferir na escalação. Desde o primeiro jogo contra o São Francisco ele queria escalar dois atletas eu não coloquei pra jogar aí começou a perseguição".

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