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Ídolo do Paysandu avalia chegada de Nino Paraíba após escândalo de apostas: 'Ele deve pagar'

Vanderson é amigo pessoal do lateral-direito recém-contratado e se disse surpreso com envolvimento do jogador do esquema.

Caio Maia

A contratação de Nino Paraíba pelo Paysandu levantou um questionamento entre os torcedores. Até que ponto um jogador, conhecido nacionalmente por envolvimento em um esquema criminoso, pode afetar a moral do elenco? De acordo com Vanderson, ex-jogador e ídolo bicolor, a presença de um atleta na equipe pode mudar bastante o clima no vestiário.

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Apesar disso, Vanderson conta como todo o esquema impactou na preparação do Paysandu no campeonato. De acordo com ele, outras partidas da competição também tiveram decisões duvidosas da arbitragem. O ex-jogador diz que isso foi um dos fatores principais que fizeram com que o Bicola fosse rebaixado ao final da temporada.

"Quando soubemos do escândalo da Máfia do Apito, nós já sentíamos que estávamos sendo prejudicados há algumas partidas. Time do Norte, disputando uma Série A, é difícil, por causa da descriminação. A gente ficou assustado, porque não tínhamos time para cair. Infelizmente aconteceu isso. Não me lembro do jogo que foi remarcado, mas todo mundo ficou preocupado e sentimos hoje que o esquema prejudicou muito o nosso trabalho", explicou.

Motivo da corrupção

De acordo com Vanderson, o principal motivo da corrupção de jogadores está na baixa remuneração recebida pelos atletas. A fala do ex-atleta, inclusive, corrobora com um estudo feito pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2016. Segundo o levantamento, mais de 80% dos jogadores recebem até R$ 1 mil por mês.

"No Brasil tem jogadores que não ganham o suficiente nem para alimentar suas famílias. Tem atletas que ganham pouco mais de R$ 1 mil e, de repente, aparece uma oferta dessa. O jogador tem que ter muito equilíbrio e postura para não prejudicar sua carreira, seu clube, a torcida. Espero que logo isso passe, que a justiça seja feita, independente do salário do jogador. O importante é manter seu caráter e ganhar seu dinheiro honestamente. Você quando treina e se dedica bastante, sempre aparece uma oportunidade melhor", lamenta Vanderson.

Caso Nino Paraíba

O jogador já foi ouvido pelo Ministério Público de Goiás, órgão que comanda as investigações sobre o esquema. No depoimento, ele confessou ter recebido dinheiro para ser punido com cartão amarelo em três jogos do Ceará, mas assinou um acordo de "delação premiada" com o MP. O atleta deu aos investigadores detalhes sobre a manipulação e, em troca, não foi acusado à Justiça.

A delação do lateral do Paysandu já foi acatada pela Justiça Desportiva. Na quinta-feira (27), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) tornou réus sete jogadores que tiveram envolvimento no esquema de manipulação por apostas.

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