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Em coletiva pós-jogo, Márcio Fernandes avalia trabalho na temporada: 'Hoje o Paysandu tem uma base'

Técnico bicolor falou sobre a eliminação, queda de rendimento nos últimos jogos e do trabalho estruturado desde o início da temporada; permanência dele no cargo ainda é uma incógnita

Luiz Guilherme Ramos

Na última partida como técnico do Paysandu, Márcio Fernandes foi para coletiva com o discurso pronto e sincero. O comandante bicolor falou bastante sobre o triste desfecho para a equipe, que deixa a Série C na lanterna do quadrangular decisivo, depois de se classificar na segunda posição entre todos os participantes da competição.

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Tabela de jogos e classificação

Um dos pontos altos da fala do técnico foi sobre as derrotas nos últimos jogos, que pegaram o time de surpresa e causaram um impacto que resultou na eliminação deste sábado. "Quando acontece isso, de não ter chance de acesso, a dificuldade é grande em resgatar esses jogadores. Durante a semana eles estavam triste e tivemos que resgatar, pois esses jogos envolvem muita coisa, as pessoas falam muita besteira. Eles foram colocados em uma situação difícil, mas eles mostraram que são um grupo de homens, que honram a camisa que vestem", esclarece o treinador. 

Especialmente sobre o empate com o Vitória, Fernandes novamente viu o Paysandu melhor, no entanto, perdido na falta de finalização, como tem sido na reta final da Série C. "Eu acho que o Paysandu foi melhor. O Vitória se limitou a ficar atrás, a marcar. E as coisas têm acontecido, né? No quadrangular foram absurdas. O cara deu um chute que talvez o Thiago pegaria com certa facilidade, ai tomamos o gol. Tem coisas que não dá. Eu acho que o grupo está de parabéns. Não faltou luta pelo acesso, e infelizmente as coisas não aconteceram", lamenta. 

Márcio Fernandes chegou ao Paysandu no início de janeiro para comandar um elenco que disputaria nada menos que quatro competições e após três competições disputadas das quatro, ele garante que fez do elenco bicolor um verdadeiro time, que poderá daqui por diante pleitear novas conquistas. "Quando cheguei aqui encontramos o Paysandu com quatro jogadores. Tivemos que montar um grupo, enquadrar eles dentro de uma filosofia. O Paysandu tem um sistema definido. Foram poucas partidas onde o torcedor saiu do estádio falando que não jogamos nada. O time foi envolvente, fez 65 gols em um ano, foi muito ofensiva. Tem coisas que são inexplicáveis".

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Na análise individual, o técnico não escondeu uma observação muito notada pelos torcedores, que foi a queda de rendimento dos principais atletas do grupo, o volante Mikael e o atacante Marlon. "Isso acarretou realmente uma grande perda, com certeza. Os dois jogadores além do Patrick, estavam muito acima do campeonato. A gente conseguiu fazer com que as equipe respeitassem o Paysandu. Todo mundo que vinha aqui, tipo o Botafogo, que está na briga pelo acesso, tomou de quatro. Tivemos diversos jogos com goleadas, fazendo futebol bonito, envolvente. Nas finais houve o decréscimo de alguns jogadores que culminaram com o decréscimo da equipe", avalia. 

Ainda no quesito individual, o comandante bicolor ressaltou que não faltou oportunidade para os atletas mostrarem serviço, quando questionado sobre o pouco uso de jogadores como Robinho, que hoje começou no time titular. "Eu falo em termos de dados. O Diogo teve 33 atuações. Se analisar, ele teve 33 chances de entrar e ganhar a confiança do treinador. E a confiança é recíproca. Se ele precisa de confiança do técnico, o mesmo acontece com o técnico. O Gabriel Davis teve 17 participações. Entrou pouco? Não interessa. Se você olhar a Copa do Mundo, o Viola entrou 15 minutos e fez a parte dele. Não interesse é é dois, 10, 20 ou 90. O Diogo fez uma boa participação. Não posso concordar que não tiveram oportunidade. Todos tiveram oportunidade de mostrar trabalho", rebate. 

Por fim, Márcio agradeceu o empenho do presidente Maurício Ettinger, se disse bastante satisfeito com o trabalho desenvolvido no Papão e puxou para si a responsabilidade pelo fracasso na Série C. Para ele, se for da vontade da diretoria, a parceria com o Papão da Amazônia pode durar mais. "Interesse eu tenho. Eu sou um cara que vem para fazer um serviço, eu quero cumprir. E ela não foi cumprida. Nós temos um caminho a seguir, mas eu só fico se realmente for a vontade da diretoria, do nosso torcedor. Nem Jesus agradou todo mundo, mas se a gente tiver esse reconhecimento, ai sim eu tenho vontade. Caso contrário, é melhor encerrar por aqui, pois temos uma base, mas é preciso trabalhar nela, montar uma outra equipe. Temos que trabalhar muito. Eu vou ter uma conversa para que seja esclarecido isso", encerra. 

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