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Torcedores do Paysandu apontam responsáveis pelo colapso na Série B 2025: 'Fracasso tem sobrenome'

James Leão e Paulo Wallace apontam erros na montagem do elenco e na condução da diretoria, que levaram o Papão ao fundo da tabela da Série B.

Pedro Garcia

O torcedor do Paysandu vive um verdadeiro pesadelo em 2025, vendo o time agonizar na lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro. Em 34 partidas, o Papão só conseguiu sair do Z4 em três oportunidades. A última vez que os bicolores estiveram fora da zona de rebaixamento foi na 18ª rodada, ainda no primeiro turno.

Com o clube virtualmente rebaixado para a Série C de 2026, o Núcleo de Esportes de O Liberal ouviu dois torcedores do Papão para entender os sentimentos e opiniões sobre a temporada. O médico James Leão e o músico Paulo Wallace falaram sobre as escolhas da diretoria na gestão de Roger Aguilera e as expectativas para o futuro.

Fracasso tem sobrenome

Para James, a atual situação do Paysandu é consequência direta das últimas gestões. Ele criticou a teimosia dos dirigentes em manter profissionais de desempenho ruim, citando o técnico Luizinho Lopes, que ficou 11 rodadas sem vencer na Série B.

“Teimosia e incompetência definem essa diretoria. Insistiram em trabalhos ruins: Márcio Fernandes, Filipe Albuquerque, Luizinho Lopes, Claudinei... e ainda voltaram com um técnico que não serviu pro Parazão, achando que daria certo na reta final da Série B. É absurdo. O torcedor não pode esquecer essa gestão, porque quando pensar em fracasso vai lembrar de Aguilera e sua turma”, afirmou.

Montagem do elenco

James também apontou falhas na montagem do elenco, desde a pré-temporada. Criticou o retorno do atacante Marlon, indicado por Márcio Fernandes, e o trabalho do executivo Felipe Albuquerque.

“O Marlon vem de temporadas fraquíssimas e acumula rebaixamentos seguidos. Saiu da pior equipe de 2024 para a pior de 2025. Isso mostra o estilo de contratação do clube. E o restante da montagem, nas mãos do Filipe Albuquerque, só piorou: ele coleciona trabalhos questionáveis e indicações duvidosas”, disse James.

O músico Paulo Wallace também criticou as decisões da diretoria e comparou a gestão de Felipe Albuquerque à de Ari Barros, ex-executivo que deixou o clube após divergências com Hélio dos Anjos.

“Apesar da saída conturbada, o Ari fazia um bom trabalho, trouxe jogadores de bom nível e garantiu a permanência na Série B. Depois, contrataram Márcio Fernandes e Felipe Albuquerque, que montaram um elenco enxuto por causa da situação financeira. Foi um erro: o time enfrentou uma sequência pesada, vieram as lesões e até os atletas mais qualificados jogavam sem estar 100%”, apontou o torcedor.

Falta de projeto de longo prazo

Paulo ressaltou que o Paysandu sofre pela ausência de planejamento e de uma filosofia sólida de futebol. “O clube toma decisões baseadas no momento. Falta um padrão de contratações, um perfil de jogador que represente o Paysandu. Eu não quero um time que dependa de ‘injeções de dinheiro’ ou que troque de técnico a cada tropeço. Quero projeto, organização e paciência pra colher resultados lá na frente, mesmo que o começo seja difícil.”

Necessidade de oposição e voto do sócio

O músico também criticou a falta de oposição interna e defendeu o voto do sócio-torcedor como forma de democratizar o clube. “O maior problema é que não existe uma oposição forte. Se houvesse, a diretoria teria mais cuidado nas decisões. O simples fato de haver alternância de poder já traria mais responsabilidade. O voto do sócio-torcedor adimplente é essencial nas próximas eleições.”

Paulo reforçou que a participação do torcedor é vital para o futuro do clube. “Não é só simbólico. É uma forma prática de democratizar o clube e aproximar o Paysandu de sua torcida, que é quem o sustenta. Sem participação efetiva, o Papão continuará refém de um pequeno grupo que erra sem prestar contas. Esse é o primeiro passo pra mudar a realidade.”

O sentimento do torcedor

James encerrou classificando o ano do Paysandu como um “pesadelo” que nem o mais pessimista esperava. Ele lembrava que 2025 deveria ser o ano da consolidação na Série B, após a difícil luta contra o rebaixamento em 2024.

“Esse rebaixamento é consequência de erros acumulados. O primeiro foi a união entre Márcio Fernandes e Filipe Albuquerque. O Márcio é um bom treinador, o que fez no ano passado foi digno, mas todos sabiam das limitações dele, principalmente na montagem de elenco”, disse.

O médico destacou ainda o sofrimento da torcida diante da crise. “O que mais dói é ver que o Paysandu, com sua história e torcida gigantescas, não merece passar por isso. Somos nós que lotamos o estádio e sofremos a cada derrota. A diretoria é passageira, mas suas burrices, não. O time precisa de profissionais que honrem o escudo, como a torcida. É necessária uma mudança radical pra tirar os incompetentes e ter uma gestão que respeite o clube, porque o Papão merece.”