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No bodyboard, a principal atleta da modalidade no estado representa o Pará no Brasil afora

Em busca de ajudar crianças e fomentar novos talentos, a paraense criou um projeto social que ensina o esporte

O Liberal

Surfando nas ondas dos sonhos, com muita coragem e desviando das dificuldades, Alexandra Ereiro tornou-se a única atleta de bodyboard do Pará a chegar em nível profissional, segundo ela. A modalidade, que é similar ao surf, não é muito popular no estado, mas a paraense de coração o representa com muito orgulho no Brasil afora. 

O bodyboard é um esporte muito parecido com o surf, mas praticado deitado na prancha. Alexandra conta que se apaixonou pela modalidade vendo o irmão mais velho pegando onda. Quando completou 17 anos, ganhou a primeira prancha e começou a viajar para Salinas para surfar. 

“A praia do Maçarico e Atalaia foram meus quintais de treino e são até hoje. Mesmo com muita dificuldade de treinar, por conta da distância de Belém até o litoral, eu nunca desanimei”, lembra Alexandra. 

Firme de que iria seguir no esporte, Alexandra encontrou revistas que falavam sobre o bodyboard. Por meio delas, em 2006, ela descobriu que no Rio de Janeiro havia muitas competições da modalidade e, com muita coragem, a paraense comprou uma passagem só ida para a Cidade Maravilhosa. 

image , este ano (Ricardo Índio)

“Fui com o único objetivo de me tornar atleta. Chegando lá, participei do melhor circuito feminino da modalidade, fiquei em quarto lugar na categoria iniciante. Depois dessa etapa,  soube que iriam ter mais três e aproveitei para morar no Rio. Me destaquei muito não só nesse torneio como em outros eventos. E fui conseguindo entrar em equipes de marcas e não parei mais, sou atleta profissional há cinco anos”, relata. 

Alexandra não ficou apenas em competições regionais e nacionais. Fora os circuitos brasileiros, já participou de etapas mundiais. Além das competições, a atleta ama surfar as pororocas do Brasil.

Empreendedorismo social

Sendo o principal nome da modalidade no Estado, junto com a amiga Jane Marçal Cunha, Alexandra pensou no projeto Bodyboard Pará, que ensina a prática do esporte para crianças e adolescentes nas praias de Salinas e Mosqueiro, no nordeste paraense.

“Esse sonho está comigo desde o início da minha carreira de atleta e ficou guardadinho no meu coração. A oportunidade só surgiu depois de um treino de bodyboard que eu e mais duas amigas realizamos em 2016, na Praia do Atalaia. Vários meninos do bairro do Guarani, de Salinas, foram competir e aquela vontade de ajudar eles foi tão grande que eu decidi treiná-los no contraturno escolar”, relembrou a atleta. 

(Arquivo Pessoal)

O Bodyboard Pará funciona há cinco anos. Além da prática esportiva nas praias, o projeto  também conta com oficinas de serigrafia e ação ambiental. Durante a pandemia, Alexandra conta que o grupo fez ações de entrega dos vales digitais para comunidades ribeirinhas. 

“Já realizamos sete campeonatos de incentivo a modalidade para termos mais atletas. Passar todo o conhecimento que eu tenho é muito gratificante. Com essas competições conseguimos que três dos nossos alunos fossem, em 2020, competir em São Luís, sendo que dois fizeram pódio”, disse Alexandra orgulhosa.

Prova da importância e resultados do projeto, no dia 18 e 19 deste mês, Alexandra e os gêmeos Mateus Ferreira e Lucas Ferreira, que estão no centro desde o início, vão competir no Prainha Contest Bodyboard, em Fortaleza. 

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