Mundial na Argentina: Karatecas paraenses criados em projeto social conquistam medalha de ouro

Conquista inédita tem como base o projeto social Frutos do Karatê, que reúne mais de 100 atletas, entre crianças, jovens, adultos e idosos

Luiz Guilherme Ramos
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A vocação para o esporte muitas vezes encontra-se escondida em meio às dificuldades da vida. Por obra de incentivos e projetos sociais, atletas das mais diversas origens desabrocham para um universo de alegrias e conquistas. Do distrito de Mosqueiro, distante cerca de 70 quilômetros do centro de Belém, através do projeto Frutos do Karatê, vem conhecendo bons talentos no esporte e a prova disso veio em forma de medalhas de ouro, prata e bronze.

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O projeto social transformou a vida de centenas de crianças e jovens do conjunto Valparaíso ao longo de três décadas de existência. Atualmente, são mais de 250 crianças e adolescentes inscritos de forma gratuita.

Esse foi o saldo da participação dos atletas Ariel Raiol (14), Beatriz Vitória (16) e Ana Beatriz (21) no 1º Iaku Karatê Open Championship, disputado este mês na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina. Ao todo, as atletas do projeto conquistaram seis medalhas, incluindo cinco de ouro e uma de bronze

Ariel, Beatriz e Ana praticam karatê graças ao esforço de um obstinado pelo esporte, que há décadas vive a rotina dos tatames e entendeu que só com o incentivo gratuito poderia ajudar meninos e meninas da bucólica a conseguirem realizar seus sonhos. Foi através do faixa-preta 3º Dan Arlindo Pinheiro, que o sonho de antes virou realidade de hoje. 

"O projeto tem quatro anos e hoje abrange mais de 110 atletas incluindo crianças, jovens, adultos e idosos. Aqui fazemos como uma família, com ajuda, apoio de outras pessoas. É uma trajetória de união, pois 80% dele é bancado por doação, não tem fins lucrativos. Cerca de 10 pessoas pagam uma taxa mínima de 20 reais para os custos básicos", explica  Ana Beatriz, que é faixa-preta e filha do fundador do projeto. 

Frutos do Karatê

Ana conquistou duas medalhas de ouro, enquanto a irmã e lutadora Beatriz Vitória levou um ouro e um bronze, e o único homem da equipe, Arial, saiu com dois ouros na classificação geral. Segundo ela, o Frutos do Karatê sobrevive graças ao apoio e união de seus atletas, pais, amigos e incentivadores

"Um ajuda o outro, não têm ajuda política. Os pais tocam o projeto", diz. Para poder angariar fundos necessários às competições, os atletas arregaçam as mangas. "Fomos para uma seletiva brasileira, onde classificamos em primeiro, mas antes disso vendemos docinho na praça, pra arrecadar dinheiro e tentar os recursos. Aí encontramos uma pessoa que deu o contato da Seel [Secretaria de Estado de Esporte e Lazer]", comenta. 

Beatriz Vitória e Ana Beatriz venderam bombons para custear viagens. (Divulgação)

Graças ao esforço conjunto de toda comunidade, as atletas puderam viajar para o torneio com o técnico e pai das meninas. Aliás, as competições começam a render frutos e os próximos passos serão direcionados para a obtenção de recursos que permitam a elas viajarem para os compromissos no tatame

"Esse ano participamos de diversos campeonatos e conseguimos várias medalhas. Antes do Mundial fomos para o Paraense, onde ganhei 3 de ouros no sub-21; minha irmã ganhou ouro no Kata e bronze em Kumite, e o Ariel conquistou ouro no Kumite. Fomos para a seletiva da CBK [Confederação Brasileira de Karatê] em abril para garantir vaga no final do ano, em novembro, em São Paulo, pela final do Brasileiro. São cinco etapas onde os atletas de cada região viajam para representar o estado no campeonato da Confederação Brasileira de Karatê", explica. 

Atualmente, o projeto funciona na rua Siqueira Mendes, entre a 3ª e 4ª rua, no bairro da Vila. No próximo dia 13 os atletas têm outro compromisso por outra federação, de onde o primeiro colocado assegura vaga no Pan-Americano, que será disputado na Venezuela, em abril do próximo ano. Quem puder ajudar pode entrar em contato pelo número (91) 99977-1095 - Luciana.

Projeto Frutos do Karatê

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