Inspirada no pai e no tio, jovem paraense do breaking se torna aposta para as Olimpíadas; vídeo
Livia Gadelha conquistou a primeira medalha feminina para o estado na modalidade durante o mundial escolar, na França
Livia Gadelha conquistou a primeira medalha feminina para o estado na modalidade durante o mundial escolar, na França
Passos complexos, rápidos e cheios de estilos compõem o dia a dia da paraense Livia Gadelha. A atleta conquistou a medalha de prata no Breaking, na Gymnasiade, no Mundial Escolar. Atualmente, a jovem é um dos principais nomes do estado na modalidade, que está no sangue da família.
Lívia começou a se apaixonar pelo breaking vendo o pai, Luís Gadelha, e o tio, Paulo Gadelha, praticando a modalidade. Quando tinha apenas quatros ela já começou a dar os seus primeiros passos no esporte.
“A minha inspiração foi o meu pai, conhecido como ‘b-boy Maluquinho’ e meu tio, Paulo Gadelha, o ‘b-boy Fera’. Os dois estão na ativa até hoje e foram alguns dos precursores do breaking aqui. Eles são os meus professores e, não só antigamente, mas hoje seguem sendo minhas inspirações principais nessa modalidade”, relatou Livia.
O breaking foi criado por volta de 1970, no Bronx, em Nova York. A dança de rua, parte da cultura hip-hop, nasceu nas comunidades afro-americanas e latinas como meio de manifestação artística, resistência cultural, política e social. Depois de décadas encoberta pelo preconceito, o estilo é considerado um esporte e vai estrear nas Olimpíadas de Paris 2024.
“A partir daqui um dos meus objetivos principais é participar das Olimpíadas de 2024, eu estou tendo uma preparação muito forte para isso e estão me apoiando muito para eu estar preparada para os Jogos de Paris”. declarou Livia.
Luís e Paulo fazem parte de uma das primeiras gerações do breaking no Pará. Ambos fizeram parte do grupo de hip-hop Electro Boys na década de 1980. Os irmãos não tinham o apoio da família para seguir no estilo, mas, mesmo assim, eles rodaram o país e o mundo dançando e levando um pouco da cultura hip-hip.
Com essa influência dentro de casa, Lívia e os irmãos são dançarinos de breaking e, diferentemente da época do pai, a jovem atleta conta com todo o apoio da família.
Tanto o pai quanto o tio de Lívia são treinadores da jovem. Assim, para eles, que são os principais incentivadores, ver o que a paraense está construindo no breaking dá muito orgulho.
“Foi muito importante, não só para a nossa família como também para toda a juventude do estado do Pará. Agora que a modalidade breaking vai ser olímpica, vai ter mais respeito, estamos buscando cada vez mais patrocínio. Vai ter, se Deus quiser, lugar para a galera poder treinar, lugares mais adequados. E ela é a única brasileira a ganhar uma medalha de prata na modalidade breaking da cultura hip-hop”, ressalta o tio, orgulhoso.