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Atletas têm se afastado do esporte no auge de suas carreiras para cuidar da saúde mental; entenda

Especialista explica alguns motivos que podem levar esportistas a decidirem se aposentar

Aila Beatriz Inete

Em março, o jogador de vôlei Douglas Silva disse em suas redes sociais que decidiu se aposentar da Seleção Brasileira. Segundo o atleta, a atitude veio porque precisava de mais tempo para cuidar da saúde mental. Ultimamente, vários atletas têm dado pausas na carreira para focar no bem-estar emocional. 

Sobre isso, o especialista em performance esportiva Lincoln Nunes explicou que cada atleta sabe o limite e que essas decisões são baseadas nisso. 

“Cada um de nós tem um limite que podemos suportar, o que varia muito de pessoa para pessoa. Se a decisão de um atleta como o Douglas Souza foi correta, depende do que está passando, de como chegou no limite e o mal que não tomar a decisão de parar pode estar causando”, disse. 

Durante as Olimpíadas de Tóquio, a atleta norte-americana Simone Biles chocou o mundo quando desistiu de disputar algumas provas porque não estava bem emocionalmente. Também em março, a tenista número um do mundo, Ashleigh Barty, anunciou que se aposentaria do tênis. A decisão da atleta pegou os fãs de surpresa.

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O surfista brasileiro Gabriel Medina desistiu de disputar a primeira fase do Mundial de Surf porque não estava bem emocionalmente. Ano passado, Naomi Osaka surpreendeu a todos depois de desistir do Roland Garros, um dos torneios de tênis mais importantes. Com o anúncio, a tenista também revelou que tinha depressão. 

Há sempre uma ideia que atletas não são pessoas comuns por conta dos resultados no esporte. E às vezes, eles sentem falta das vivências do cotidiano. Segundo Nunes, a distância da família, poucos momentos de lazer, a distância de uma vida “normal” e a dedicação em tempo integral, podem ser fatores decisivos para um esportista decidir se aposentar.  

O especialista acredita que nem sempre a aposentadoria é a melhor opção. Por isso, é importante o acompanhamento médico, porque só assim o atleta conseguirá lidar com os conflitos.  

"Muitas vezes essa decisão é momentânea por não aguentar mais a pressão que está vivendo. Alguns atletas perdem o propósito e acham melhor encerrar suas carreiras. Às vezes a aposentadoria não é a melhor opção. Às vezes uma pausa para um tratamento paralelo pode fazer com que ele retorne para a atividade dele com maestria, como o Tom Brady, por exemplo”, concluiu Lincoln Nunes.

(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)

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